Conforme decisão da Justiça do Trabalho, a Vale tem adotado medidas necessárias para suspender as atividades no complexo minerário de Itabira. Nesta segunda-feira (8), a reportagem de DeFato Online esteve em áreas que dão acesso às dependências da empresa e constatou baixíssima movimentação. Se antes havia um estacionamento lotado nas minas Conceição e Cauê, agora poucos carros e motos ocupam as vagas. Em um número menor, ainda há trabalhadores atuando na empresa, apenas no processo de desmobilização e para manter atividades consideradas essenciais.
Segundo a Vale, a paralisação das atividades segue todos os critérios técnicos e protocolos de segurança, para proteger a saúde dos trabalhadores. A interdição vigorará até julgamento do mérito da ação ou até que sejam implementadas as medidas de controle para proteção à Covid-19 determinadas pelos auditores fiscais do trabalho, sob pena de aplicação de multa diária no valor de R$ 500 mil, fixada em uma decisão proferida na última sexta-feira (6), pelo Tribunal Regional do Trabalho da 3ª Região (TRT3), em Minas Gerais.
“Parar uma empresa do porte da Vale, que tem várias usinas, oficinas, britagem, não é apenas tomar uma decisão, desligar a chave, fechar o portão e ir embora. Tem que ter um processo a ser seguido para não causar transtorno no retorno. Ou seja, é preciso esvaziar as tubulações, peneiras, equipamentos. Para parar a produção existem etapas”, comentou o presidente do Sindicato Metabase de Itabira e região, André Viana Madeira.
Segundo o sindicalista, a Vale está mantendo, por hora, trabalhadores ligados à segurança patrimonial, a área de saúde e segurança, e também funcionários do setor de geotecnia de barragens. “Existem monitoramentos que não podem parar. Vários funcionários foram trabalhar e voltaram para casa”, ponderou André Viana.
Testagem em massa
A Vale afirma que, desde o início da pandemia, vem realizando uma série de ações com vistas a prevenir e mitigar os efeitos provocados pela Covid-19. Até quinta-feira, 5 de junho, haviam sido testados mais de 75% dos trabalhadores próprios e terceiros da empresa no país. Em Itabira, segundo a mineradora, “foi testada a quase totalidade da força de trabalho em regime presencial”.
“A testagem em massa oferece uma maior transparência do número de empregados da Vale que tiveram contato com o vírus, o que contrasta com a menor incidência nas comunidades do entorno, onde não há testagem em larga escala. Diante disso, a companhia permanecerá com o firme propósito de apoiar os municípios onde atua no processo de testagem, a exemplo do que ocorre em Itabira, e sem prejuízo de outras medidas como a doação de 5 milhões de testes ao governo brasileiro”, informou a empresa.
A mineradora explica que segue o protocolo da Organização Mundial de Saúde (OMS), no qual são testados, afastados, rastreados e tratados os casos positivos ou suspeitos do novo coronavírus.
Outras medidas de prevenção
Além dos testes em massa, desde o início da pandemia, a Vale informa, ainda, que adotou diversas outras medidas voltadas a assegurar a segurança de seus empregados e colaboradores, tais como: adoção do sistema de home office, manutenção dos trabalhadores acima de 60 anos ou com fatores de fato relevante risco em casa independente de suas funções, redução de efetivo nas operações e escalonamento de turnos, uso obrigatório de máscaras nas unidades, triagem diária na chegada dos trabalhadores, com aferição de temperatura corporal e aplicação de questionário de saúde para 100% do efetivo, medidas de distanciamento social e controle, como aumento da frota de ônibus para reduzir lotação e redução do número de empregados em refeitórios, e higienização constante das instalações.