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Antes de ser encerrada por falta de quórum, reunião da Câmara de Itabira teve novo bate-boca entre vereadores; assista

Foto: Guilherme Guerra/Defato

Se há uma semana atrás, a reunião ordinária da Câmara Municipal de Itabira foi vista como “um Titanic à procura do seu iceberg”, ontem (12) foi a vez do Legislativo itabirano ser comparado com “uma carreta desgovernada morro abaixo”. A afirmação foi dada pelo vereador Reinaldo Lacerda (PSDB), que novamente entrou em debate com o presidente da Casa, Heraldo Noronha (PTB).  

O entrevero desta semana é mais um capítulo entre os dois políticos, que foram rivais na última eleição para a presidência da Câmara, onde Heraldo saiu vencedor. Novamente, o tema voltou à tona. 

Os últimos 30 minutos da reunião ordinária desta terça-feira giraram em torno de “bate-bocas”, alegações de falta de decoro – e de comando -, esvaziamento da plateia e do plenário, o que causou o fim da reunião por falta de quórum. 

O início 

Sidney Marques Vitalino “do Salão” (MDB) havia apresentado três indicações ao prefeito Marco Antônio Lage (PSB), que tratavam sobre a inclusão de novas linhas de ônibus da Chapada ao Centro no período noturno, além de recapeamento asfáltico na avenida 20 e providências diversas entre os  bairros Ribeira de Cima e Santa Ruth. Na oportunidade, o vereador fez críticas à gestão municipal e assim que foi liberada a discussão, Reinaldo Lacerda disse que a Prefeitura já estava atuando nos bairros e que novas ações seriam feitas. Porém, Sidney interrompeu Reinaldo e fez novos posicionamentos. 

Na sequência, Lacerda começou a divagar sobre ações da Prefeitura em outros setores (como saúde e educação) de outros bairros, fugindo completamente do tema em discussão. Após ter sua fala novamente interrompida por Sidney, Reinaldo fez menção a gritos na plateia, quebra de decoro e interrupção dos colegas vereadores, além de outras posturas errôneas no plenário. “Aqui está caminhando como se fosse uma carreta desgovernada morro abaixo”, disse. 

Sidney e Reinaldo ficaram interrompendo um a outro, até que o presidente do Legislativo colocou em votação as indicações propostas. Após silêncio e aprovação dos poucos vereadores presentes, Reinaldo solicitou novamente sua fala, mas Heraldo o cortou, causando nova indignação. 

Baixaria

Após chamar o presidente por sete vezes e ser ignorado em todas, ele disse: “O senhor não está tendo responsabilidade para conduzir esta casa”. Em resposta, Heraldo silenciou o microfone de Lacerda e tentou prosseguir com as indicações. Reinaldo levantou de sua cadeira, foi até a câmera que transmitia a reunião para reclamar da postura de Heraldo, antes de novamente se sentar e dizer – ainda com o microfone desligado: “O senhor não está sabendo nem ler”. De bate-pronto, Heraldo devolveu: “Eu não estou sabendo ler e tô (sic) aqui [ocupando a presidência da Câmara] duas vezes. O senhor tentou duas vezes e não chegou aqui, hein”. Nervoso, Reinaldo afirmou que o presidente era um fantoche, que lhe devolveu a alcunha. 

O clima seguia com gritos na plateia, risos de vereadores e manifestação de Lacerda, até que o incômodo levou a uma insatisfação geral. “Senhor presidente, a reunião está muito bagunçada, é difícil para a população acompanhar”, manifestou Carlos Henrique de Oliveira (PDT). Heraldo não deu ouvidos e ficou retrucando Reinaldo, afirmando que ele sentia inveja, que o vereador tinha orgulho ferido e não venceu a eleição da Câmara por falta de competência. 

Após o episódio durar quase 15 minutos, a reunião seguiu com as indicações dos vereadores. 

Quando chegou o momento da leitura das indicações propostas por Reinaldo Lacerda, Heraldo assim fez, mas também aproveitou para debochar: “Vereador, se não ficou bem lido, vou pedir ao vereador Júlio [César de Araújo “Contador – (PTB)] para estar lendo novamente. Talvez você não tenha entendido minha leitura”. Reinaldo, de forma séria, pediu que fosse respeitado os três minutos que lhe cabiam, 

Em sua fala, Lacerda afirmou que o plenário – já esvaziado – era uma baderna, que o presidente deixava as sessões seguirem de qualquer forma e não obedecia ao regimento interno. “Agora, você pode ter certeza, Sr. Presidente: se eu sentar nessa cadeira um dia, não fica desgovernado como uma carreta morro abaixo não”, afirmou. Lacerda também pediu à funcionária responsável pela escrita da ata, que inserisse seu pedido a Heraldo, para que as sessões não continuassem a ocorrer desta forma, voltando a falar que o regimento não era seguido.

Quando se aproximava do final da fala, Heraldo interrompeu dizendo: “Vereador, você mesmo não está seguindo o regimento. Você tinha que discutir a sua indicação, mas mudou o assunto todo”. Neste momento, Sebastião Ferreira Leite “Tãozinho” (Patriota) requereu questão de ordem por falta do número mínimo de vereadores no plenário. No momento, estavam presentes (além dele): Reinaldo Lacerda (PSDB), Marcelino Freitas Guedes (PSB), Carlos Henrique de Oliveira (PDT), Heraldo Noronha (PTB) e Luciano Gonçalves “Sobrinho” (MDB). 

Após o encerramento da reunião, Roberto Fernandes Carlos de Araújo “Robertinho da Auto Escola” (MDB) e Bernardo Rosa (Avante) – que momentos antes acompanhavam a sessão –  voltaram ao plenário, mas o encontro já havia sido finalizado. , Na terça-feira (11), a reunião semanal das comissões temáticas já havia sido finalizada pelo mesmo motivo. 

De forma pouco polida, Lacerda finalizou sua indignação, já saindo do plenário: “Isso aqui está uma zona!”. 

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