A 2ª reunião preparatória para o simulado de evacuação de Itabira (região Central de Minas Gerais), marcada para as 11h desta manhã, também teve uma adesão baixíssima da população, assim como no horário das 9h.
Os encontros foram realizados em nove pontos diferentes e eram importantes, segundo a Defesa Civil, para que as pessoas fossem informadas sobre o que levar, como se deslocar e todas as informações pertinentes sobre uma evacuação em caso de situação de risco.
O simulado
O simulado está marcado para acontecer às 15h deste sábado (17). Ao ouvir as sirenes, as pessoas que estiverem em áreas de risco devem seguir as placas de “Rotas de Fuga” e seguir em direção a um dos 96 “Pontos de Encontro”, considerados áreas seguras. A Defesa Civil estimou a mobilização de 27 mil pessoas.
Este é o primeiro treinamento de evacuação realizado em Itabira, após seis décadas de mineração. O município possui 15 barragens de rejeitos de minério da Vale.
Real Campestre
No Real Campestre, cerca de 30 pessoas participam da segunda reunião preparatória. “Falaram que teria um ônibus para nos trazer para a reunião, mas não falaram que ia passar 10h30. No panfleto que distribuíram falaram que era 11h”, disse Divina Elizabeth, moradora da região que teve que ir a pé para a reunião. Para a itabirana, o encontro não foi esclarecedor o bastante. “A nossa rota de fuga na verdade é rota de morte, vamos de encontro com a lama”, afirmou.
João XXIII
No bairro João XXIII, a participação da população também foi muito pequena. O coronel Alexandre Casarim, comandante do 5º Comando Operacional de Bombeiro Militar, disse que é preciso criar a cultura de prevenção. “A soma de esforços dos poderes público e privado faz toda a diferença. Agora queremos sempre mais a mobilização da população”, disse o coronel Alexandre.
“Infelizmente foi necessário que tragédias acontecessem para que a sociedade criasse essa cultura. Planos de emergência vêm sendo tirados das gavetas e isso é importante”, diz o coronel Alexandre Casarim, comandante do 5º Comando Operacional de Bombeiro Militar.
Bela Vista
Durante a segunda reunião no bairro Bela Vista, cerca de 50 pessoas participaram do encontro. O aposentado José Mauricio Santos, de 70 anos, disse que vai participar do simulado. “Nós temos que fazer a nossa parte. Não adianta nada tentarem olhar para a nossa segurança se a própria população não cooperar”.
Dona Maria Efigênia Silva relembrou a importância da Defesa Civil e da Vale cadastrarem corretamente e informarem os procedimentos com os acamados e deficientes físicos para um caso extremo de rompimento.
“Tenho uma filha com paralisia cerebral. Ela tem dificuldade de se locomover, assim como idosos da rua e outros deficientes. O que a gente quer é saber como essas pessoas serão tratadas”. Dona Maria Efigênia Silva, moradora do Bela Vista
Praia
Seguindo o cronograma de reuniões de preparação para o simulado de evacuação em Itabira, moradores do bairro Praia esclareceram dúvidas e questionaram pontos de sinalização durante o segundo encontro.
O casal Gillianne Assis Carneiro e Flávio Raimon da Silva, moram em um condomínio de prédios, no Praia, e o ponto de encontro mais próximo dos dois é dentro do próprio condomínio. A preocupação deles é se lá é realmente seguro, já que em situação de rompimento de barragem ambos ficariam ilhados.
” Nós precisamos saber como será o nosso socorro, já que estaremos em um local fechado”, disse Gillianne.
Segundo o Tenente da Defesa Civil, Paulo Henrique, os moradores podem ficar tranquilos, caso fiquem ilhados, porque a equipe aérea fará o socorro de forma rápida e segura.
Para Geralda Rosa, moradora do mesmo condomínio, o simulado tem tudo para dar certo e proteger a população. A coordenadora da Escola Municipal Manuel Gonçalves Moreira, em São Gonçalo do Rio Abaixo, participou de outro simulado de evacuação, que aconteceu em São Gonçalo do Rio Abaixo há dois meses, e disse que todos os alunos saíram de forma organizada e segura.
” Foi feito um plano de ação pela Defesa Civil, Corpo de Bombeiros e Secretaria Municipal de Educação especialmente para a escola. Treinamos funcionários e retiramos três ônibus de alunos. Espero que aqui seja feito assim também quando forem realizar os treinamentos nas escolas”, contou a coordenadora.