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Primeiro caso de cólera é diagnosticado no Brasil após 18 anos sem registro

Primeiro caso de cólera é diagnosticado no Brasil após 18 anos sem registro

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Ministério da Saúde confirmou, na sexta-feira (19), o primeiro caso de cólera autóctone (que teve origem no local onde foi diagnosticado) no Brasil desde 2006. O último caso da doença foi registrado em 2005, portanto, 18 anos depois. O paciente tem 60 anos e contraiu a doença sem ter saído de Salvador para outra localidade.

O Ministério informou que não foram identificados outros casos após a investigação epidemiológica, realizada pelas equipes de saúde da capital baiana junto à pessoas que tiveram contato com o infectado.

A pasta também informou que o período de transmissão da doença é de um a dez dias após a infecção, mas as investigações epidemiológicas estão padronizadas no Brasil para o período de 20 dias por margem de segurança, quando — segundo o ministério —, o paciente não transmite mais o agente etiológico.

O presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, Alberto Chebabo, diz que a confirmação desse caso específico (autóctone) é preocupante e representa risco à disseminação nas cidades em que as condições sanitárias são mais tímidas. “São necessários esforços de vigilância, bloqueio na região de origem além de ter-se que aumentar a vigilância em outras cidades do País, uma vez que há um alerta da Organização Mundial de Saúde [OMS] sobre o avanço da cólera no mundo. A introdução dessa bactéria pode ser feita por meio da migração, de viajantes, o que a torna um risco considerável para o País”, afirma.

Os últimos registros desse tipo da doença foram feitos em Pernambuco, em 2004, com 21 ocorrências, e em 2005, com outros cinco casos confirmados.

A OMS acredita que o aumento de casos deve se manter e ao menos 24 países confirmaram surtos da doença em andamento, sendo que alguns deles tiveram a classificação pela OMS de “crises agudas”.

A cólera é uma infecção intestinal que se espalha através de alimentos e água contaminados com fezes e que o quadro está intimamente ligado à ausência de água potável, saneamento adequado, à pobreza e aos conflitos.

A Secretaria de Vigilância em Saúde e Ambiente da capital baiana informa que o caso foi detectado em março de 2024, quando o homem apresentou desconforto abdominal e diarreia aquosa, tendo feito uso de antibiótico para tratamento de outra patologia.

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