2 de abril: Dia Mundial de Conscientização do Autismo

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) caracteriza- se como um prejuízo severo e invasivo em diversas áreas do desenvolvimento

Estamos comemorando no dia de hoje, 2 de abril, o dia Mundial de Conscientização do Autismo, data declarada pela Organização das Nações Unidas (ONU). Infelizmente, este ano não estaremos nas ruas com a nossa tradicional caminhada, devido ao coronavírus, porém, não poderia deixar passar em branco esta data que tem como objetivo informar a população sobre o autismo e assim reduzir a discriminação e o preconceito que cercam as pessoas autistas.

O Transtorno do Espectro Autista (TEA) caracteriza- se como um prejuízo severo e invasivo em diversas áreas do desenvolvimento: habilidades de interação social recíproca, habilidades de comunicação e a presença de comportamento, interesses e atividades estereotipados e repetitivas.

O interesse pelo autismo cresceu muito nos últimos anos. A mídia colaborou muito para isso e a pressão que os pais começaram a exercer em cima da comunidade médica trouxe avanços significativos. Suas causas ainda são desconhecidas, mas existem avanços de pesquisadores na área.

É grande o impacto nos profissionais da educação que atuam na escola quando se deparam com as reações dessas crianças que, tanto quanto os professores, estão diante de uma experiência nova.

É comum que essas crianças apresentem manifestações de sua inflexibilidade de maneira exacerbada.

Apesar das iniciativas do MEC, a realidade mostra que alunos autistas ainda encontram dificuldades para acessar e se manter na escola. É necessário o aprofundamento dos esforços conjuntos das instâncias de governos, famílias, instituições representativas e de atendimento especializado para superar essas barreiras.

O diagnóstico do TEA deve seguir critérios definidos internacionalmente, com avaliação completa e uso de escalas por profissional especializado e uma equipe multidisciplinar experiente. As informações devem ser coletadas por todos que fazem parte da rotina e convívio da criança: familiares, cuidadores e os professores.

Atualmente, não existem dados oficiais sobre as pessoas autistas no Brasil, mas a Lei 13.861/2019 incluirá o autismo no Censo de 2020, pesquisa esta que registrará dados específicos sobre o autismo no censo do IBGE. Um grande ganho da comunidade autista no Brasil. Nos EUA, a incidência hoje é de 1 em 54 pessoas dentro do TEA.

“Tem muito autismo o ano inteiro, não só em abril. Tem gente como eu e você, que mostra o autismo e fala sobre isso todos os dias. Mas tem, também, aqueles que respiram o autismo 24×7 e ninguém vê (e nem sabe que existe): o autismo severo, cheio de comorbidades e limitações. Os autistas que ninguém quer ver, ou que não podem ver porque seus pais não conseguem levá-los à rua. Os autistas que (se) agridem, cheios de comorbidades e falta de tudo: de terapia e tratamentos.” (Fátima de Kwant)

Trate essa pessoa com dignidade e respeito que merece pela missão de ter/conviver com o desafio infinito, e de fazer o impossível acontecer a cada dia.

Neste dia 2 de abril, neste ano em especial, estamos tendo várias palestras on line acontecendo mundo afora, principalmente aqui no Brasil, com objetivo de  conscientizar a sociedade a respeito desta complexa síndrome, para que haja mais suspeita, mais diagnóstico, mais tratamento, mais respeito e menos preconceito.

France Jane Elias Leandro é Psicóloga
Atende na Clínica Espaço Saúde (av. Mauro Ribeiro Lage, 190, sala 601) e na Apae Itabira
Telefones: 3834-0101 (Apae) e (31) 99995-3919 (celular)
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