55 barragens mineiras a montante estão em processo de descomissionamento

8 estruturas a montante já foram eliminadas em Itabira, o que corresponde a 80% do Programa de Descaracterização no município

55 barragens mineiras a montante estão em processo de descomissionamento
Barragem Forquilha III, em Ouro Preto, apresenta trincas – Foto: Divulgação/Vale

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), afirmou nesta sexta-feira (25) que cerca de 55 barragens a montante no Estado estão ou já foram descomissionadas. A declaração ocorreu em entrevista à GloboNews.

“Cerca de 55 barragens em Minas construídas a montante – que oferecem em algum grau de risco -, já foram ou estão sendo desmontadas, descomissionadas, nesse momento”, disse o governador. “Empresas que não estão cumprindo cronograma já foram autuadas pelo Ministério Público de Minas Gerais”, acrescentou.

O governo mineiro afirmou estar verificando as estruturas de mineração diariamente, destacou Zema, que avaliou haver “um menor risco” local para rompimento de barragens. “Nos dois anos (de mandato) que eu tenho pela frente, nós ainda vamos fazer avanços”, afirmou. “E muitas mineradoras hoje já fazem a mineração a seco, ou seja, não dependem mais de barramentos. Elas empilham o material, o que reduz em muito risco”, observou ele.

Itabira

No início de outubro a Vale finalizou as obras de eliminação do Dique 1A, na mina Conceição, em Itabira. Esta se tornou a 8ª estrutura a montante eliminada na cidade, o que corresponde a 80% do Programa de Descaracterização no município. No último mês, também havia sido concluída a obra de descaracterização do Dique 1B, na mina Conceição. 

Anteriormente, os diques 2, 3, 4 e 5 do Sistema Pontal, a barragem Ipoema, na Mina do Meio, e o Dique Rio do Peixe, em Conceição, já haviam sido eliminados. As outras duas estruturas que fazem parte do programa no município são os Diques Minervino e Cordão Nova Vista, ambos do Sistema Pontal, e que serão descaracterizados após a construção de uma nova Estrutura de Contenção a Jusante (ECJ2). 

As obras de eliminação do dique 1A tiveram início em abril deste ano e foram finalizadas antes do prazo previsto. Com a conclusão, a descaracterização agora passará pelo processo de avaliação e validação dos órgãos competentes, conforme determina a legislação vigente.

Acordo de Mariana

O governo federal formalizou nesta sexta-feira um acordo no valor global de R$170 bilhões para a reparação de danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana. Zema disse que espera ser “o último governador de Minas que enfrentou esse tipo de tragédia”.

Zema criticou também a Fundação Renova, criada para reparar as pessoas do ocorrido em Mariana. “Foi um péssimo acordo para Minas, para o Espírito Santo, para a União e também para as empresas.” Em outra entrevista esta tarde, o governador mineiro afirmou que, após a homologação do acordo de Mariana, a fundação será extinta.