6 a 7 casos de violência contra a mulher são registrados diariamente em Itabira

Apesar da queda das ocorrências policiais, os números da violência de gênero em Itabira ainda são alarmantes

6 a 7 casos de violência contra a mulher são registrados diariamente em Itabira
O promotor Jorge Victor Cunha Barretto da Silva, representante do Ministério Público. Foto: Guilherme Guerra/DeFato
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Foi lançada pela Polícia Militar nesta terça-feira (1) a “Operação Nacional Shamar”, que compõe as ações do ‘‘Agosto Lilás’’ e é focada no combate à violência doméstica e familiar contra a mulher e ao feminicídio. Após a ocasião, o promotor Jorge Victor Cunha Barretto da Silva, representante do Ministério Público no evento, revelou que – em média – cerca de 6 a 7 casos de violência acontecem diariamente na cidade. 

‘‘O momento [lançamento da Operação] é muito oportuno, especialmente porque a gente vive pela primeira vez nos últimos três anos uma queda acentuada nos índices de novos casos de violência contra a mulher. […] É importante que se intensifique medidas que, dentro do sistema de justiça, venham pacificar as relações, muito mais que reverberar e criar novas formas de litígio’’, disse o promotor sobre o início das ações do Agosto Lilás. 

No entanto, apesar da queda das ocorrências, os números da violência de gênero em Itabira ainda são alarmantes.  ‘‘O que eu posso dizer é que todos os dias temos seis ou sete ocorrências de violência contra a mulher em sentido amplo’’. Jorge também citou que ⅔ das diligências registradas na cidade são ocasionadas por violência contra a mulher, fazendo deste, o crime mais comum em nosso município.

Estupros virtuais e ‘‘pornografia de vingança’’ tem crescido em Itabira

Jorge Barreto também destaca que o aumento dos casos de violência contra as mulheres no espaço virtual está sendo notado em Itabira há pelo menos dois anos. Casos de estupros virtuais, chantagens, extorsões e a chamada ‘‘pornografia de vingança’’ tem chamado a atenção na cidade. 

‘‘Existe um estigma que o agressor é aquele homem mais velho, primitivo, machista… A gente tem visto que é um agressor mais jovem.’’

A ‘‘pornografia de vingança’’ é um dos crimes virtuais mais comuns e consiste na divulgação de imagens íntimas sem o consentimento da vítima. Em grande maioria das vezes, ex-parceiros das vítimas são os maiores responsáveis por tais atos. É importante ressaltar que ainda que o conteúdo tenha sido consentido no passado, divulgá-lo em qualquer espaço da web sem permissão constitui uma violação. 

O estupro virtual é caracterizado quando por meio de violência psicológica, o agressor ameaça e chantageia a vítima, sob a posse de algum conteúdo íntimo, exigindo favores sexuais por meio virtual, como coagir a despir-se em uma chamada de vídeo, por exemplo.