9 anos do crime ambiental de Mariana será marcado por ato em busca da reparação integral aos atingidos; confira
Às 14h30, uma marcha tomará as ruas de Mariana com concentração no Centro de Convenções, na Avenida Getúlio Vargas, 110, Centro
Nesta terça-feira (5), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) realizará um grande ato em Mariana, em memória dos 9 anos do rompimento da barragem da Samarco (Vale e BHP Billiton), que devastou a Bacia do Rio Doce, atingindo mais de 2,5 milhões de pessoas e contaminando cerca de 684 km de curso hídrico até os litorais capixaba e baiano. Com o lema “Lutar e organizar para os direitos conquistar”, o MAB promove a ação “para garantir justiça e reparação integral a todos os atingidos e atingidas”.
A programação do evento começou às 9h com um ato simbólico em Bento Rodrigues, o vilarejo destruído pelo rompimento da barragem. Simultaneamente, ocorre uma plenária na Arena Mariana para discutir o novo acordo de reparação, recentemente assinado entre governos, mineradoras e instituições de Justiça. Nesta agenda, serão discutidos os termos do acordo e também formas de avançar no processo de reparação diante das insuficiências existentes.
Às 14h30, uma marcha tomará as ruas de Mariana com concentração no Centro de Convenções, na Avenida Getúlio Vargas, 110, Centro. O encerramento do ato será na Praça Minas Gerais, às 16h30.
“Este ato acontece em um momento crucial para as comunidades atingidas, que enfrentam uma nova fase de lutas na Bacia do Rio Doce com a assinatura da repactuação. Um momento de fortalecer a luta para garantir avanços diante dos limites da proposta. Entre os pontos que demandam maior atenção estão as indenizações individuais insuficientes e a exclusão de áreas atingidas, como parte do litoral do Espírito Santo e o Sul da Bahia, que não foram reconhecidas no acordo”, diz o comunicado do MAB.
O crime socioambiental, provocado pela Samarco, Vale e BHP Billiton em 2015, é considerado o maior da história do Brasil. O rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, causou a morte de 19 pessoas, derramou 40 milhões de metros cúbicos de rejeitos tóxicos no Rio Doce e destruiu comunidades inteiras.
Enquanto acontece o ato em Mariana, o MAB acompanha de perto o julgamento em Londres contra a empresa BHP, parte do grupo envolvido no crime de Mariana. O processo, iniciado em 21 de outubro de 2024, é uma tentativa de responsabilizar a mineradora no âmbito internacional e garantir reparações justas às vítimas.