Com dívidas de R$ 16,5 milhões, Hospital Margarida vive a pior crise da história
A crise financeira que ameaça o funcionamento do Hospital Margarida, em João Monlevade, não é a primeira na história da instituição, mas pode ser considerada a mais grave, uma vez que o endividamento e o atraso nos salários ameaçam levar o centro de saúde a parar o atendimento. Segundo fontes ouvidas pela reportagem de DeFato […]
A crise financeira que ameaça o funcionamento do Hospital Margarida, em João Monlevade, não é a primeira na história da instituição, mas pode ser considerada a mais grave, uma vez que o endividamento e o atraso nos salários ameaçam levar o centro de saúde a parar o atendimento.
Segundo fontes ouvidas pela reportagem de DeFato Online, o fechamento do Hospital Margarida já foi cogitado em pelo menos outras três ocasiões anteriores, nos últimos anos: 1992, 2004 e 2017.
A dívida do Hospital Margarida está hoje na casa dos R$ 16,5 milhões. “Porém, se a gente receber tudo que tem direito, algo em torno de R$ 7 milhões, deixaríamos a dívida do mesmo tamanho de que quando assumimos”, explica o provedor José Roberto Fernandes.
Ele disse que, desta vez, a diretoria evitou ao máximo expor a situação, tentando resolver sem alarde o desequilíbrio financeiro, recorrendo a empresários e lideranças políticas. Mas, sem alternativa, decidiu levar o caso a público.
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https://www.defatoonline.com.br/crise-no-hospital-margarida-em-monlevade-compromete-saude-em-sete-municipios/
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Contas no vermelho
Desconsiderando recursos esporádicos, como as emendas parlamentares e dinheiro de programas governamentais específicos, o Hospital Margarida costumava contar mensalmente com algo em torno de R$ 2,1 milhões. Do total, R$ 615,7 mil são repassados pela Prefeitura para custear o pronto-atendimento, compromisso que está em dia.
A parte que cabe, principalmente ao Estado, chega pingado: às vezes 25% do que deveria ser depositado; às vezes, nem isso. Na soma, o Governo de Minas deve ao hospital monlevadense R$ 4,5 milhões. A União deve em torno de R$ 1 milhão.
O provedor informou também que, desde 2016, vem recorrendo a empréstimos bancários, pagando juros, para sustentar despesas que deveriam ser pagas pelo Estado. “Porém, chega a um ponto que não dá para ficar buscando empréstimo para cobrir atrasos. O governo precisa ter uma posição. O que não pode é ficarmos contando com uma receita que não entra”, declarou José Roberto.