Cães paraplégicos voltam a caminhar após tratamento de fisioterapia
A hérnia de disco é uma doença muito comum que geralmente causa muita dor nas pessoas. Quando a mesma doença acontece nos cães, pode fazer com que fiquem paraplégicos ou tetraplégicos. A médica veterinária, especialista em fisioterapia, acupuntura e neurologia veterinária e autora do livro Tratado de Fisioterapia e Fisiatria em Pequenos Animais, Jennifer Hummel […]
A hérnia de disco é uma doença muito comum que geralmente causa muita dor nas pessoas. Quando a mesma doença acontece nos cães, pode fazer com que fiquem paraplégicos ou tetraplégicos.
A médica veterinária, especialista em fisioterapia, acupuntura e neurologia veterinária e autora do livro Tratado de Fisioterapia e Fisiatria em Pequenos Animais, Jennifer Hummel explica por que os cães apresentam essa alteração: “A hérnia de disco é uma doença bastante comum nos cães, principalmente nas raças chamadas de condrodistróficas, como por exemplo os Dachshund, Buldogue francês, Shih tzu, Pequinês, Poodles e Cocker Spaniel .
Quando o disco hernia nos seres humanos, ele geralmente comprime as raízes nervosas o que causa muita dor e em alguns casos formigamento dos braços ou pernas. Já nos cães, o disco geralmente se rompe e comprime diretamente a medula.
Por essa razão, em muitos casos o animal perde o movimento das patas. Inclusive, esse processo, que é conhecido como extrusão discal, pode ser extremamente rápido, em questão de horas o paciente que herniou o disco fica paralisado e as vezes pode até precisar de cirurgia”.
Diferentemente como acontecem nos cães de raças condrodistróficas onde a hérnia de disco apresenta uma lesão que o animal paralisa em poucas horas ou dias, nos cães de raças grande como por exemplo Pastor Alemão, Labrador, Doberman e Chow chow, a lesão de disco tende a se apresentar de forma diferente.
A lesão conhecida como protusão de disco (que também pode acontecer nos humanos) ela tem uma evolução lenta e progressiva, às vezes chega a demorar anos até que o animal de estimação pare de caminhar. Geralmente inicia com leve incoordenação motora e com o passar dos meses é possível observar piora do paciente. Nesses casos o ideal é procurar o tratamento veterinário o quanto antes. Esperar agravar o quadro pode fazer com que a lesão em um estágio avançado se torne irreversível.
Sobre o animal ficar paraplégico ou tetraplégico, Hummel explica que isso varia de acordo com o local da coluna vertebral que houve a lesão: “Quando a lesão é cervical ou cervicotorácica o paciente tem envolvimento das quatro patas e pode ficar tetraplégico, e quando a lesão é nas regiões toracolombar ou lombossacra, apenas as patas traseiras ficam comprometidas, podendo ocasionar um quadro de paraplegia.”
O tratamento de fisioterapia auxilia na recuperação da hérnia de disco em todas as etapas da doença: em compressões mais leves da medula, aonde há apenas dor e/ou uma leve incoordenação motora, os tratamentos terão por objetivo a analgesia (alívio da dor) e cicatrizar a lesão; e em hérnias mais graves, em que o animal perde totalmente o movimento das patinhas, a fisioterapia irá atuar na recuperação do movimento, no restabelecimento da força muscular e na “aceleração da comunicação” dos neurônios danificados, devolvendo a capacidade de o animal andar e ter uma vida normal, na grande maioria das vezes.
Quando a lesão na coluna é grave e o paciente não consegue voltar a caminhar, pois a 1.
Ao contrário do que se imagina, a fisioterapia não é apenas a realização de exercícios e movimentos nos pacientes. São utilizadas diversas terapias com equipamentos como laserterapia, fototerapia pulsada em LEDs e magnetoterapia com efeitos antiinflamatórios, estimulantes neuronais e cicatriciais, além de diversos exercícios para fortalecimento muscular e melhora no equilíbrio e propriocepção. Alguns cães chegam a realizar o tratamento com esteira aquática, que segundo estudos, é uma ferramenta que auxilia e acelera o retorno funcional do paciente.