Secretário de Meio Ambiente apresenta atualização de obras em Gongo Soco
Germano Vieira foi ouvido em reunião do Assembleia Fiscaliza e apresentou informações sobre barragem em Barão de Cocais
O secretário estadual de Meio Ambiente, Germano Vieira, esteve na Assembleia Legislativa esta semana para apresentar dados sobre a situação da barragem de Gongo Soco, em Barão de Cocais. A estrutura está em nível máximo de alerta de rompimento desde o dia 22 de março. A situação se tornou ainda mais crítica em 14 de maio, quando um talude na cava da mina começou a se desprender. O temor era de que ao cair na cava da mina, o talude causasse vibrações capazes de provocar o rompimento da barragem. Essa parede, no entanto, vem se movimentando aos poucos e deslizando para o fundo da mina.
“Sou de uma região mineradora, do Médio Piracicaba. Diversas cidades onde atuo trabalham com a mineração que é muito importante para nossa economia. Mas tivemos esses últimos ocorridos, infelizmente, com rompimento das barragens. Como a Secretaria tem trabalhando para o descomissionamento dessas barragens? Hoje em Itabira, por exemplo, nós temos uma das maiores barragens, o que está sendo feito? O que a Secretaria tem feito, hoje, em Barão de Cocais?”, questionou o deputado estadual Tito Torres (PSDB).
Segundo Germano Vieira, o comitê criado para estabelecer as diretrizes para a descaracterização de barragens construídas com o método de alteamento a montante em Minas Gerais, está analisando os cronogramas apresentados pelas mineradoras para descaracterização dessas estruturas. Conforme informou, serão encaminhados até dezembro, para deliberação da Assembleia, os casos em que os especialistas entendam que devam ter seus prazos estendidos.
Ele ponderou, contudo, que isso não significa a liberação para que as mineradoras trabalhem no ritmo que bem entenderem, e sim uma expectativa real para que o descomissionamento de barragens de grande porte seja feito de acordo com os preceitos técnicos e com segurança.
“Gongo Soco é uma barragem que ainda está em nível 3 e que é imposto à Vale, pela Agência Nacional de Mineração, todo um acionamento de realização de medidas emergenciais”, explicou o secretário.
O relatório apresentado informa que 21 instrumentos automatizados estão operando. Um canal de cintura de 2 km está em fase de execução, com previsão de conclusão na segunda quinzena de outubro. Em relação às obras para contenção de rejeitos, foi concluída a instalação de duas telas metálicas e de uma barreira com 1004 blocos de granito.
Dois poços foram construídos próximo à ombreira direita, para interceptar a contribuição de água subterrânea. Início de testes no final de setembro. Uma estação robótica e um radar estão em funcionamento. O nível de água da Cava da Mina de Gongo Soco está sendo mantido em 901 metros, através do controle por bombeamento e o desvio provisório do rio foi concluído.