Sem água, conceicionenses se revoltam e buscam alternativas para três dias de escassez

Alguns moradores vêm as bicas da cidade como alternativa para sobreviver sem o recurso hídrico

Sem água, conceicionenses se revoltam e buscam alternativas para três dias de escassez
Foto: Prefeitura CMD

O município de Conceição do Mato Dentro, na região central de Minas Gerais, ficará sem água por pelo menos três dias. O abastecimento na cidade, segundo a Copasa, está suspenso desde o último domingo (24) para manutenção da unidade de bombeamento responsável por distribuir o recurso aos conceicionenses. Segundo a companhia, o serviço só será normalizado na próxima quarta- feira (27), o que causa revolta entre os moradores, que alegam que o problema tem sido recorrente na cidade.

A dona de casa Leonilda Fernandes Ferreira não sabe como irá executar as tarefas domésticas nos próximo dias. Mãe de uma criança pequena, ela afirma que não tem condições de carregar baldes para abastecer seu reservatório. A moradora ainda disse que não tem dinheiro para comprar água mineral para as necessidades básicas, como beber e fazer comida.

“Por que não colocam caminhões pipas nos bairros? É uma total falta de respeito com a população consumidora. O pior é que não temos nenhum amparo. Ou por acaso a empresa vai me reembolsar toda a água mineral que vou ter que comprar?”, indaga Leonilda.

Natalia Candeia é manicure também está preocupada com a situação, principalmente em relação aos idosos e deficientes que fazem uso mais exacerbado de água. “Eu acho uma falta de respeito com a população. Temos crianças, idosos e até deficientes em casa. Como vamos fazer? Estão fazendo pouco caso da comunidade!”, relata a moradora do bairro Barro Vermelho.

A situação tem levado a população a situações extremas. Um exemplo é o de Cristiane Moura, que encontrou nas bicas naturais da cidade uma alternativa para abastecer a sua casa. Moradora do bairro Vila São Francisco, a funcionária pública encheu baldes e levou para a residência.

Bicas naturais, uma alternativa para moradores abastecerem a casa

Falta de comunicação

Uma moradora do bairro Brejo,que preferiu não se identificar, afirma que o problema maior é a falta de comunicação entre a empresa e a comunidade. Segundo ela, a população, na maioria das vezes, é avisada de última hora sobre a falta da água.

“Sabemos que emergências acontecem, mas a empresa deveria comunicar a população com antecedência. É um absurdo ficarmos vários dias sem água e no final do mês a conta vem maior ainda. Fora a qualidade da água que é de procedência duvidosa já que chega em casa com cheiro forte de cloro e escura”, afirmou a conceicionenses.

DeFato Online procurou a Prefeitura de Conceição do Mato Dentro para obter um posicionamento do Poder Público e saber se alguma medida seria tomada. Porém, até a publicação da matéria, não havia obtido respostas.