Reunião tensa debate desvio de curso d’água em Catas Altas para expansão de mina da Vale
Proposta da empresa é expandir o Complexo de Fazendão, em Mariana. Manifestantes, no entanto, alegam impacto ambiental e no abastecimento de água para a população de Catas Altas
Ocorre nesta quinta-feira (9), na sede da Associação dos Municípios da Microrregião do Médio Piracicaba (Amepi), em João Monlevade, uma reunião que trata da expansão da Mina Fazendão, da Vale. O encontro, cercado de tensão, diz respeito à concessão de outorga para desvio e uso de água no distrito do Morro da Água Quente, em Catas Altas, que faz divisa com o empreendimento minerários. Conforme projeto apresentado pela empresa, é necessária a manobra para que tal expansão ocorra.
A reunião levou grande público à sede da Amepi, em Monlevade. A apresentação feita por representantes da Vale foi alvo de questionamentos dos presentes. A empresa defende que 80% da capitação da água será retornada ao leito. No entanto, representantes do Movimento pela Soberania Popular na Mineração e moradores da cidade se mostraram totalmente contrários à proposta. Eles alegam impacto ambiental e no abastecimento de água para a população catas-altenses. As recentes tragédias de Bento Rodrigues, em Mariana, e em Brumadinho também foram citadas.
Essa não é a primeira reunião tensa sobre o assunto. Audiência pública para tratar do tema, na comunidade de Morro da Água Quente, em Catas Altas, em meados de dezembro, acabou em tumulto depois que um participante agrediu funcionários da Vale. Os vídeos da ação passaram a circular pelas redes sociais.
Decisão cabe ao comitê
A aprovação ou não da outorga cabe aos representantes do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio Piracicaba. Mesmo com todos os protestos, o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), a partir dos estudos apresentados pela Vale, deu parecer favorável à outorga.
A reunião segue ocorrendo e avançará pelo período da tarde. Acompanhe o desfecho ao longo do dia em www.defatoonline.com.br.