Filho relata a luta do pai internado há um mês no HNSD com coronavírus

Caminhoneiro, morador de Caeté, luta contra a Covid-19 e conta com orações e torcida de familiares e amigos

Filho relata a luta do pai internado há um mês no HNSD com coronavírus
Foto: Thamires Lopes/DeFato

Há um mês a vida do caminhoneiro de 68 anos mudou completamente. Morador de Caeté, ele estava em São Gonçalo do Rio Abaixo quando passou mal, recebeu atendimento e foi transferido para Itabira. O homem foi internado no Hospital Nossa Senhora das Dores (HNSD) no dia 22 de maio com suspeita de Covid-19. Três dias depois, um exame confirmou a doença. Desde então, o motorista está em uma área isolada, dedicada apenas às pessoas infectadas pelo novo coronavírus. Nesta segunda-feira, 22 de junho, a reportagem de DeFato Online conversou com um dos filhos do caminhoneiro, que relatou a luta do pai contra o coronavírus. 

“É tudo muito difícil para a família. Ainda mais porque não temos acesso a ele por causa da doença. É complicado essa questão da visita, apesar que pude vê-lo uma vez, quando o hospital permitiu. A família agora está um pouco mais tranquila porque ele já saiu do perigo. Mas esse período foi muito difícil e desesperador para toda a família. O medo de perdê-lo era muito grande. Eu ligo todos os dias e informo para a família inteira como ele está. É uma pessoa muito querida por todos”, comentou o filho do caminhoneiro.

Evolução

Diariamente, o HNSD divulga boletins informando o quadro clínico dos pacientes que ocupam leitos para tratamento da Covid-19. O caminhoneiro deu entrada na unidade de saúde “estável hemodinamicamente”. Ou seja, era capaz de manter o pulso e a pressão sanguínea sem ajuda mecânica ou farmacológica. 

No entanto, o homem se queixava de dores musculares e esforço respiratório. Após a confirmação da infecção por coronavírus, o quadro de saúde do paciente se agravou e ele foi transferido para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde passou a receber o protocolo de tratamento contra a doença. O idoso passou a contar com suporte intensivo e respirar com ajuda de ventilação mecânica.

“Nos primeiros dias ele estava se sentindo bem, piorou no terceiro dia. Ele estava bem, cheguei a conversar com ele por telefone. Quando meu pai foi para a UTI e teve uma crise aguda a gente ficou desesperado. Ele foi entubado e teve aquele processo todo. É muito desesperador, agoniante, muito difícil”, relata o filho, que é servidor público estadual.

O caminhoneiro reagiu bem ao tratamento e no dia 12 de junho a equipe médica iniciou a retirada da ventilação mecânica. No dia seguinte, iniciou a oxigenoterapia por máscara. Desde então, ele vem respondendo ao tratamento para coronavírus.

“Neste momento a gente está mais tranquilo. Ele ainda segue na UTI, mas já saiu do risco. Já está apresentando melhoras, respondeu bem ao tratamento. O que a gente tem agora é muita saudade e torce muito para que ele melhore rápido e possa ir para casa”, comentou o filho. 

Família e rotina

O caminhoneiro viaja o Brasil inteiro, trabalha para uma grande transportadora. Ia em casa de 15 em 15 dias. Estava de passagem pela região no dia que teve um mal estar e precisou ser internado. 

O caminhoneiro vem de uma família grande, tem 13 irmãos, é casado e tem quatro filhos, todos já adultos. Ele, segundo o filho, é muito querido pelos familiares, amigos e colegas de trabalho. “A gente comunica a todos a situação. Só no trabalho tem um grupo com mais de 100 pessoas fazendo uma corrente de oração para ele”, conta.

Aniversário

O caminhoneiro completou 68 anos no dia 2 de junho, quando estava hospitalizado há 11 dias. Esse foi mais um momento difícil para a família.

“Tem uma irmã que liga todos os anos para parabenizá-lo, dar as felicitações. Pelo Facebook ele recebeu várias mensagens, no WhatsApp também. É uma pessoa muito querida, de muitas amizades. Para a gente da família também foi muito difícil, continua sendo. A gente tem muita esperança que logo logo, ele saia dessa, seja curado e volte pra casa”, finalizou o filho.