Após mais de 100 anos de realização, fiéis ficam sem Jubileu de São Miguel e Almas

A celebração seria realizada no Cemitério do Peixe, local de peculiaridades que atrai a curiosidade de conceicionenses e turistas

Após mais de 100 anos de realização, fiéis ficam sem Jubileu de São Miguel e Almas

O tradicional Jubileu de São Miguel e Almas realizado todo mês de agosto, em Conceição do Mato Dentro, foi cancelado. A decisão, informada pela Prefeitura da cidade, foi tomada diante dos riscos da pandemia de coronavírus. Conforme o Decreto Municipal Nº070/2020, que proíbe qualquer festividade, seja religiosa ou comercial, o Jubileu de São Miguel e Almas não poderá ser realizado para os fiéis e romeiros este ano, após mais de 100 anos de celebração.

Ainda, segundo a Prefeitura, todos os acessos à Comunidade do Peixe, local onde seria realizado o Jubileu, serão fechados entre os dias 07 e 17 de agosto. Tal medida condiz com as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde, e pretende impedir grandes aglomerações de público.

Comunidade do Peixe

“O município se solidariza com todos os fiéis e romeiros do Jubileu São Miguel e Almas, sobretudo com a Arquidiocese de Diamantina, responsável por essa celebração de grande importância religiosa em Conceição do Mato Dentro, região e em todo Estado de Minas Gerais”, lamentou a Prefeitura.

História

O Jubileu de São Miguel e Almas  é conhecido por movimentar o pequeno lugarejo de Cemitério do Peixe, pertencente ao povoado de Capitão Felizardo, distrito de Costa Sena, em Conceição do Mato Dentro. Portanto, localizado a 104 km da sede, o lugarejo se prepara anualmente para a comemoração que acontece há mais de 100 anos.

Em 2017, o tombamento do Cemitério do Peixe e o registro do Jubileu de São Miguel e Almas começaram a ser discutidos pelo prefeito Zé Fernando e o Conselho Municipal do Patrimônio Cultural e Histórico de CMD, juntamente com Michele Arroyo, presidente do IEPHA (Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais), Dom Darci Nicioli, arcebispo da Arquidiocese de Diamantina, responsável pela paróquia do Cemitério do Peixe, e o guardião do Cemitério do Peixe, Luiz Rodrigues.

Dessa forma, para dar prosseguimento ao processo de tombamento, a Prefeitura de CMD assumiu o compromisso de fazer uma série de melhorias no lugarejo, que incluirão desde a demarcação territorial até obras de infraestrutura e revitalização paisagística. O objetivo com o tombamento é a proteção do sítio arqueológico do Cemitério do Peixe e do Jubileu de São Miguel e Almas que têm relevante valor cultural e histórico, além de grande potencial turístico. Conheça a história do lugarejo “Fantasma”aqui