Título foi protocolar, mas deixa lições e alertas para a temporada atleticana
Galo voltou a levantar a taça do Campeonato Mineiro após três anos.
Deu a lógica. O Atlético confirmou seu favoritismo e venceu, pela segunda vez, o Tombense na tarde deste domingo (30) e foi campeão mineiro. A vitória por 1 a 0, com gol do ótimo Jair, mostrou alguns bons caminhos a serem seguidos por Sampaoli e seus comandados, assim como defeitos que precisam sanados.
Apesar da equipe de Tombos ter bons valores, era difícil imaginar um resultado diferente. A vitória, porém, poderia ter sido ainda maior, não fosse um problema que vem atormentando o clube da capital: a conclusão das jogadas.
Seja por um passe que poderia deixar o companheiro na cara do gol e saiu errado, ou uma finalização defendida pelo goleiro adversário, o Atlético tem sofrido para transformar as inúmeras chances criadas em gols. Hyoran, bastante criticado pela torcida nos últimos jogos, se tornou um símbolo desta infeliz sina, mas o problema está longe de ser apenas dele.
Seu próprio substituto na decisão, o equatoriano Alan Franco, participou bem do jogo, mas pecou no mesmo fundamento. Sasha, Marquinhos, Savarino… todos também falharam naquela que é a maior meta de qualquer time: marcar um gol. Coube a Jair, melhor em campo no domingo, usar a cabeça para colocar a redonda no fundo do barbante.
Contra o Tombense, a ineficácia atleticana não fez falta, mas em uma disputa de alto nível, como o Brasileirão, esse tipo de falha pode ser fatal. Os comandados de Jorge Sampaoli, muito por influência do próprio treinador, possuem o mérito de criar muitas oportunidades, algo incomum para a imensa maioria dos clubes brasileiros. Falta, agora, transformar esse volume de chances em gols.
Sobre os pontos positivos, destaco a grande partida da dupla Allan e Jair. Ambos possuem uma sintonia muito boa entre si e controlam a partida como poucos. Jair, especialmente, tem crescido a cada partida, e talvez seja o jogador que mais se desenvolveu com a chegada do treinador argentino. Mariano tem oferecido mais segurança à defesa, restando apenas ter seu potencial ofensivo devidamente explorado.
A decisão deste domingo também apresentou uma das atuações coletivas mais seguras do Atlético nas últimas semanas. Em nenhum momento o time deu a impressão de estar perdendo o controle da partida, com todos os setores dialogando muito bem. O nível do adversário deve ser relevado, claro, mas a performance pode servir de parâmetro para os futuros compromissos atleticanos.
Dito isso, o saldo é positivo. O Atlético continua como um dos favoritos ao título brasileiro e vê, no momento, o Inter como principal rival na luta pelo caneco. Outras camisas com potencial para brigar lá em cima, como Flamengo, Palmeiras e Grêmio, tem demonstrado muita inconsistência e estão ficando para trás.
Aprimorando a conclusão das jogadas, o Galo pode sonhar com a conquista do principal campeonato nacional, que não ocorre há 49 anos.
Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.
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