Décio prevê criação de 3 mil novos empregos em Barão de Cocais
Prefeito comemora licenciamentos ambientais e espera “boom” do emprego com exploração minerária
A estimativa de Décio dos Santos, prefeito de Barão de Cocais (PSB) no segundo mandato consecutivo, é que a cidade possa gerar em torno de 3 mil novos empregos em 2021. O otimismo dele está na conquista de licenciamentos ambientais decisivos para impulsionar a mineração na cidade. “Barão vive hoje o pleno emprego”, resumiu o prefeito, em entrevista a DeFato.
O município de Barão de Cocais integra o Quadrilátero Ferrífero mineiro, região produtora de minério de ferro, ouro e manganês. A evolução da atividade minerária dessa região, inclusive, se deve à geologia da cidade.
Décio fala de licenciamentos como o que autoriza a operação da Mina da Cava da Divisa, sob responsabilidade da mineradora Vale. Abordou, também, mina do grupo GSM Mineração e da expansão da Mina do Baú, por sua vez da empresa MR Mineração – todos com início previsto para este ano. No caso da MR, além disso, a expectativa é grande com a desinterdição na Mina Gongo Soco, já que a mineradora utiliza suas estruturas para escoamento de produção.
“Também conseguimos recursos com a Vale, frente ao que vivenciamos com relação às barragens, de mais ou menos R$ 40 milhões para investir a partir deste ano. Faremos projetos; temos muito para construir em Barão”, observou Décio.
Meta histórica
Por telefone, Décio comentou sobre mineradoras e empreiteiras se estruturarem para avançar na exploração de recursos da cidade. O cenário, conforme aponta, tem trazido e atraído trabalhadores de outras cidades e estados.
“Nos próximos dois anos, acredito que Barão de Cocais estará minerando 8 milhões de toneladas de minério, o que nunca foi visto em sua história”, presumiu o prefeito.
Índices baixos de desemprego
Segundo o chefe do Executivo, a cidade estancou demissões e pisou no acelerador das contratações nos últimos anos. O cálculo feito por ele, sobre estimativas, é de que o município tenha gerado 7 mil oportunidades a partir de 2017.
“Barão de Cocais, hoje, é uma cidade que não vivencia problemas com emprego. Pelo contrário, tem chegado muitas pessoas de fora. Quando iniciamos o mandato em 2017, havia pelo menos 5 mil pessoas desempregadas em Barão. Hoje, esse número é bem reduzido, fruto do que a gente conseguiu”.
A “herança maldita”
Nos licenciamentos conquistados e comemorados pelo prefeito, a produção de minério de ferro se dá a seco. Porém, do outro lado do progresso, Barão de Cocais vive à sombra das tragédias onde a lama da mineração arrastou quase 300 vidas, nas cidades mineiras de Mariana e Brumadinho.
Em solo cocaiense, a barragem Sul Superior da Mina de Gongo Soco tem nível 3 de alerta, o que significa risco iminente de ruptura. Para mais, o muro construído pela Vale numa tentativa de conter parte dos rejeitos, caso a estrutura se rompa, não teve segurança atestada por consultoria técnica contratada pelo Ministério Público, cita Décio dos Santos.
Há ainda a barragem Sul Inferior da Mina de Gongo Soco, sob nível 2 de emergência, sem falar na que alcança outro território, de São Gonçalo do Rio Abaixo: a barragem Laranjeiras, em Brucutu, onde a Vale suspendeu operações na última quarta-feira (20), após a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) suspender a Autorização Provisória para Operar (APO) da estrutura.
“É uma herança maldita. A gente convive com isso (temor do rompimento) e vamos continuar lutando para reverter. É uma miséria o que a Vale gasta no município perto do transtorno que ela trouxe, que ela causou aqui dentro”, lamentou o prefeito.