Capital de Giro e Necessidade de Capital de Giro
Uma organização necessita ter o Capital de Giro maior que a Necessidade de Capital de Giro
É normal os empreendedores, principalmente os iniciantes, confundirem os termos Capital de Giro e Necessidade de Capital de Giro.
O Capital de Giro (CDG) ou Capital Circulante Líquido (CCL) refere-se ao capital disponível (em unidades monetárias) para a condução dos negócios da organização. Pode variar (para cima ou para baixo) devido a diversos fatores, tais como redução de vendas (ou faturamento), inadimplência (e seu aumento), despesas financeiras (e seu aumento), aumento de custos, despesas e desperdícios de natureza operacional.
Nos últimos 18 meses, muitas organizações, devido à pandemia, viram o Capital de Giro reduzir drasticamente e às vezes até acabar, tendo que recorrer a outras fontes de financiamento (bancos por exemplo), gerando assim os custos e despesas financeiras.
Já a Necessidade de Capital de Giro (NCG) refere-se exatamente à necessidade de capital (em unidades monetárias) para gerir a organização e está diretamente relacionada ao o ciclo financeiro (normalmente em período de dias) em uma relação principalmente entre contas a pagar, contas a receber e estoques. Assim, quanto maior o ciclo financeiro maior a necessidade de capital de giro da organização e vice-versa. Aqui também fica claro que o conceito é muito mais amplo do que somente a questão de despesas.
Logo, para honrar os compromissos, o Capital de Giro (ou o Capital Circulante Líquido) da organização deve ser maior que a Necessidade de Capital de Giro visto que a diferença entre ambos estará no Caixa (regime). Para que a organização do empreendedor tenha caixa, ele pode desenvolver estratégias específicas para aumentar o Capital de Giro (CDG) ou específicas para a redução da Necessidade de Capital de Giro (NCG). O importante é que o resultado apareça no caixa no momento mais adequado para a organização.
No entanto, é importante destacar que para efeitos de projeção de necessidade de caixa, deve-se levar em consideração os regimes de competência e caixa que escreverei futuramente.
É importante conhecer dessa dinâmica para sempre se ter dinheiro em caixa para honrar os pagamentos, pois, quem paga a conta é o saldo de caixa.
*Marcelo Silva Ângelo Ferreira, Doutor e Mestre em Administração de Empresas, Professor na FUNCESI, Pesquisador e Empreendedor no Segmento de Serviços. Siga no instagram: marcelosilvaangeloferreira