Há 17 anos em Itabira, PSOL anuncia novo diretório

Leonardo Reis, professor da Unifei, passa a ser o presidente do partido

Há 17 anos em Itabira, PSOL anuncia novo diretório
Foto: Victor Eduardo/DeFato Online
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Na noite desta sexta-feira (29), no plenário da Câmara Municipal de Itabira, o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) de Itabira anunciou seu novo diretório. O evento, que contou até com apresentações musicais, teve a presença de figuras importantes, inclusive de outros partidos, como PT e PCB. Bella Gonçalves, vereadora reeleita em Belo Horizonte pela legenda trazida ao município em 2005, também esteve na Câmara.

A partir deste ano, o diretório do partido fica composto da seguinte forma:

  • Presidente: Leonardo Reis
  • Vice-presidente: Jackson Nunes
  • Secretária geral: Jaqueline Aleixo
  • Segundo secretário: Evandro da Consolação
  • Tesoureira: Carolina Peixoto
  • Segunda tesoureira: Poliany Moreira
  • Secretária de comunicação: Divana Guimarães
  • Suplentes: Gisele Aparecida, Maria da Conceição Andrade e Junior Cesar dos Anjos

Novo presidente do PSOL, o professor do campus itabirano da Unifei, Leonardo Reis, falou sobre a atuação do partido em uma cidade que traz consigo a pecha de conservadora. Para ele, a missão da sigla é fazer com que a população itabirana se expresse e abandone o conservadorismo que lhe foi imposta.

“Eu acho que a cidade de Itabira sofreu muita repressão ao longo da história, então esse conservadorismo não é uma característica própria do povo itabirano. É uma característica desse processo de repressão que a mineração, empreiteiras e o poder público, junto com essas grandes empresas, fez com que o itabirano não pudesse se expressar como ele gostaria. Acho que o PSOL tem a possibilidade de trazer uma esperança para o povo itabirano de fato se expressar, se libertar dessa opressão que há 80 anos se impõe aqui na cidade”, afirma.

Um dos principais alvos de crítica durante o evento de ontem foi a Vale. As atividades da mineradora em Itabira já duram oito décadas e prometem ir ainda mais além, já que foi divulgada, recentemente, a ampliação do prazo da extração mineral na cidade até 2041.

Segundo Leonardo Reis, a medida é uma espécie de chantagem realizada pela empresa junto ao município. “A Vale, assim como altera os riscos da barragem, altera também esses prazos para sair de Itabira como uma forma de colocar medo na população, chantageá-la. Acho que é o momento de darmos um basta nisso. Precisamos renovar a licença de operação da Vale aqui em Itabira, colocando as condicionantes necessárias.. se ela quer realmente continuar, precisa dar o retorno que Itabira merece depois de todos esses anos de exploração”, completa.

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Bastante ativo nas discussões sobre a mineração na cidade, Leonardo Reis se tornou o novo presidente do partido em Itabira. Foto: Victor Eduardo/DeFato Online

Presença no interior

Em conversa com a DeFato, a vereadora belorizontina Bella Gonçalves ressaltou que a atual missão do PSOL, que tem lançado candidaturas a nível estadual e até nacional, é chegar ao interior.

“O desafio do partido hoje é chegar nas cidades do interior, que são cidades com uma tradição de luta, de organização social muito forte, mas precisam construir os seus instrumentos para ocupar a política de forma consistente também. Por isso acho que o lançamento deste diretório aqui em Itabira aponta pra isso. É um novo diretório que está fazendo uma discussão junto à luta das mulheres, das periferias, junto à luta daqueles que estão se sentindo afetados pela mineração, e isso é muito forte. Acho que o PSOL de Itabira pode ser uma alternativa real nos próximos anos”, analisa.

Outro ponto salientado por Bella é o fato do PSOL itabirano defender os mesmos valores pregados pelo partido em todo o país. De acordo com a vereadora, a sigla demonstra não ser uma “legenda de aluguel”, como outras agremiações políticas.

“É muito triste como os partidos no Brasil viraram legenda de aluguel. Você não tem que ter nenhum afeto político, nenhuma concordância partidária, apenas vai negociar recursos, dinheiro, para ocupar a política. Por isso esses partidos acabam sendo refúgio das mesmas pessoas, mesmas elites”, diz ela.

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A vereadora Bella Gonçalves. Foto: Victor Eduardo/DeFato Online