Heroísmo do Botafogo não pode apagar vergonha da arbitragem em Porto Alegre

Por muito pouco, Sávio Pereira Sampaio não decretou a derrota do clube carioca diante do Internacional

Heroísmo do Botafogo não pode apagar vergonha da arbitragem em Porto Alegre
O árbitro Sávio Pereira Sampaio, pivô de toda a polêmica deste domingo. Foto: Reprodução

O relógio marcava apenas dois minutos de jogo quando Sávio Pereira Sampaio se dirigia ao monitor do VAR para cometer um dos maiores absurdos recentes da arbitragem brasileira. Após um chute do ótimo Allan Patrick, do Internacional, a bola bateu na barriga do zagueiro botafoguense Phillipe Sampaio e tocou em seu braço logo na sequência, em lance totalmente involuntário. Esse e outros lances que são destaque no Brasileirão, você acompanha assinando a SKY Fibra!

À frente da arbitragem de vídeo, o péssimo Rafael Traci – que, acredite se quiser, também seria o responsável pelo VAR no São Paulo e Palmeiras de hoje (20), mas foi trocado às pressas – pediu para que Sávio fosse ao monitor revisar o lance. Com todo tempo e ângulos disponíveis, o apitador criou sua própria regra e apontou para a marca da cal. Pior: ainda expulsou o zagueiro. Edenilson, como de costume, cobrou bem e abriu o placar.

Ali o jogo parecia decidido. Além da desvantagem numérica e no placar, o fator psicológico também tendia a condenar a equipe carioca, que teria de remar 90 minutos sem seu treinador, expulso pelo arrogante Sávio Pereira Sampaio.

Aos 13 minutos do primeiro tempo, o gol de Bustos complicou ainda mais as coisas. Porém, estamos falando de futebol, o mais imprevisível dos esportes. Mesmo com um a menos em grande parte do jogo, o Botafogo se aproveitou da típica falta de ambição e criatividade dos times de Mano Menezes e conseguiu uma épica virada por 3 a 2.

Uma história linda, que não deve esconder, no entanto, a vergonhosa decisão do homem do apito. A chegada do VAR ao país trouxe uma esperança de que o nível da nossa arbitragem melhorasse, impedindo marcações absurdas como essa. Mas o fato é que nada mudou.

Um erro gritante como esse até provoca em vários torcedores a dúvida sobre a lisura do jogo. E como podemos convencê-los do contrário? Não há credibilidade. Óbvio que há todo um problema estrutural por trás do tema, mas estamos falando de regras básicas, claras até àqueles que não são especialistas.

Pergunto a Sávio Pereira Sampaio e Rafael Traci: o que Phillipe Sampaio poderia ter feito para evitar o toque no braço? Amputar o membro? Renegar sua função de zagueiro e deixar Allan Patrick chutar livremente? Não é possível que isso não entre na análise sobre o lance.

Por fim, vale ressaltar que o time gaúcho foi prejudicado em alguns lances, mas tudo isso por conta do mais inexplicável erro de arbitragem do ano. A famosa lei da compensação. Não deixemos que o enredo épico deste Internacional e Botafogo abafe o que fizeram árbitros de campo e vídeo na noite de ontem.

Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.

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