Transporte público: Reinaldo Lacerda quer condicionar subsídio à melhoria salarial para motoristas
Segundo o vereador, a proposta ainda precisa ser negociada tanto com a Prefeitura de Itabira quanto com a Transportes Cisne
As discussões sobre o serviço e a tarifa do transporte público em Itabira pode ganhar novos capítulos. O vereador Reinaldo Soares de Lacerda (PSDB), durante a última reunião da Câmara Municipal, realizada na terça-feira (19), manifestou o desejo de vincular o subsídio a ser concedido à Transportes Cisne a um aumento salarial para os profissionais do setor, sobretudo os motoristas de ônibus. O tucano ressaltou que essa é uma ideia que ainda precisa ser negociada entre a Prefeitura e a empresa, com intermédio do Legislativo.
“Se temos que subsidiar, precisamos cobrar que ela [Cisne] possa dar dignidade aos profissionais. Todo mundo sabe que trabalhar no transporte é cansativo e tenho certeza que todos os 17 vereadores vão cobrar a qualidade do transporte público. E que os profissionais possam ter um salário digno para sustentar seus familiares”, afirma Reinaldo Lacerda.
Segundo o vereador, atualmente um motorista da Transportes Cisne recebe R$ 1.769 bruto — enquanto outras empresas do setor praticam um piso de R$ 2.510. Dessa forma, o tucano pretende que os salários concedidos no município se aproximem dos valores concedidos pelo mercado.
“Nós da Comissão de Transporte queremos conversar com o Executivo, com os vereadores de que se for realmente colocar o subsídio para dar qualidade ao transporte público do Município vamos solicitar ao prefeito que faça um acordo com a Cisne para dar condições salariais dignas aos profissionais, já que os motoristas da Cisne têm os salários mais baixos de Itabira. Então é fazer um trabalho político de ajuste entre Município e Cisne”, explicou Reinaldo Lacerda. “Para ter qualidade no transporte público é preciso que os profissionais tenham um salário digno para trabalhar com tranquilidade e mais amor com o seu serviço”, completou.
Tarifa de ônibus
O Conselho Municipal de Transporte e Trânsito (CMTT) aprovou, na tarde da última quarta-feira (13), o reajuste na passagem de ônibus em Itabira — passando dos atuais R$ 4,40 para R$ 5,85.
O último reajuste na tarifa do transporte público aconteceu em março de 2020. Desde então, o preço da passagem se manteve inalterado devido às medidas de enfrentamento da pandemia de Covid-19. Esse processo, porém, causou dificuldade paras as empresas de transportes, que convivem com o aumento no preço dos insumos, sobretudo nos combustíveis, além da redução do número de passageiros.
Subsídio
Na semana passada, após o CMTT autorizar o reajuste da passagem de ônibus, a Prefeitura de Itabira informou que encaminhará para a Câmara de Vereadores um projeto de lei que autoriza o Município a subsidiar a tarifa do transporte público. A ação tem como objetivo evitar que o aumento no preço do bilhete chegue ao bolso do itabirano.
Dessa forma, o valor da passagem será congelado para o consumidor, se mantendo em R$ 4,40 (ou R$ 4,30 no cartão). O Executivo arcará com a diferença tarifária — ou seja, pagará R$ 1,45 para inteirar o novo valor, de R$ 5,85. A Prefeitura estima que o subsídio mensal para a Transportes Cisne será de R$ 585 mil, em média. Esses repasses estão previstos para ocorrer entre agosto de 2022 e fevereiro de 2023, quando termina o atual contrato com a empresa.
Para conceder esse subsídio, algumas contrapartidas já foram anunciadas pelo prefeito Marco Antônio Lage (PSB), entre elas a ampliação do número de viagens durante os dias úteis e finais de semana.
Posicionamento dos vereadores
No início do mês, os parlamentares itabiranos já haviam comentado sobre a possibilidade de subsidiar o transporte público local — com muitos deles se mostrando favoráveis à iniciativa, sobretudo para impedir que o aumento chegue à população. Eles também criticaram a qualidade do serviço oferecido na cidade.