“Escrevi o livro para demonstrar o meu grande amor ao sacerdócio e à família”, afirma José Ivanir Américo

O livro “Do Altar para o Seio Familiar – Uma Vida Abençoada” conta a história do ex-padre que deixou a Igreja para se tornar um exemplo para a família

“Escrevi o livro para demonstrar o meu grande amor ao sacerdócio e à família”, afirma José Ivanir Américo
José Ivanir Américo no lançamento do seu livro: “Do Altar para o Seio Familiar – Uma Vida Abençoada” – Foto: Thales Benício/DeFato
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Em latim a palavra “vocação” significa “chamado”, sendo utilizada para exemplificar quando uma pessoa possuí habilidade nata para algum ofício. Esse chamado pode se manifestar de diferentes formas ao longo da vida. Esse é o caso de José Ivanir Américo, que durante a sua trajetória exerceu o sacerdócio — sendo o primeiro padre ordenado pela Diocese de Itabira e Coronel Fabriciano —, se dedicou ao magistério e se tornou um símbolo de amor e respeito à família. Uma história que, agora, ganha as páginas do livro “Do Altar para o Seio Familiar – Uma Vida Abençoada”, que reúne crônicas de seu Ivanir, lançado na última sexta-feira (26), no Clube da Leitura, em Itabira.

“Esse livro nasceu pelo meu grande amor pela família. Nós sabemos que a base de toda a sociedade é a família, então, na minha vida e no meu livro, eu focalizei muito isso. Eu senti vontade de falar da família narrando a minha infância, o tempo no seminário, o sacerdócio e a decisão de deixar o ministério sacerdotal depois de 17 anos. Mas, mesmo assim, não deixei de ser padre, pois ‘tu é sacerdote para sempre'”, conta seu Ivanir.

Com 83 anos, a história de Ivanir Américo pode ser traduzida como dedicação ao próximo e amor à instituição familiar. Ainda na juventude ouviu o chamado ao sacerdócio e acabou sendo o primeiro padre ordenado pela Diocese de Itabira e Coronel Fabriciano — recebendo as bênçãos do primeiro bispo local: Dom Marco Antônio Noronha.

Durante o ministério sacerdotal, foi responsável pelas paróquias de Fátima, Itambé do Mato Dentro e Senhora do Carmo, além de ter sido capelão do Colégio Nossa Senhora das Dores, onde também exerceu o cargo de professor. Ao todo, foram 17 anos dedicados à batina.

Porém, ele sentiu um novo chamado e, após intensa reflexão, decidiu deixar o sacerdócio para construir a sua família. A decisão foi chancelada pela própria Igreja Católica, com o papa dispensando Ivanir Américo de seus votos. “Depois que eu refleti muito sobre a minha decisão eu pedi ao papa dispensa dos meus votos, pois havia feito voto de castidade, e, depois que veio a ordem do papa me dispensando, eu me afastei do ministério sacerdotal. Me casei primeiro no civil e, depois de três anos exatos, no religioso — e sem ter programado, por coincidência. Vi nisso um gesto de Deus aprovando o casamento”, relata.

Ivanir Américo se casou com Maristela. Eles tiveram três filhos: Saulo, Ivanir Júnior e Lorena — e agora aguardam o primeiro neto. Além da família e da Igreja, o ex-padre, como muitos o chamam, também dedicou a vida ao magistério, sendo professor por mais de 40 anos em diferentes disciplinas: estudo religioso, estudos sociais (história, geografia e sociologia), psicologia e filosofia da educação.

“Eu sempre amei a família, mas não me afastei da Igreja. Continuei o meu trabalho na igreja doméstica, na igreja da família. Procurei formar e educar os meus filhos e, hoje, tenho o prazer disso — inclusive serei vovô. Então é isso: escrevi o livro para demonstrar o meu grande amor ao sacerdócio, que eu não deixei, trabalho na igreja até hoje, com cursos e preparação de noivos para o casamento, além de fazer cultos e pregação, e para demonstrar o meu grande amor à família. Estou muito feliz”, avalia seu Ivanir.

Essa história de dedicação à comunidade, respeito ao sacerdócio e à educação e construção familiar tem sido inspiração para muitas pessoas. Prova disso foi um concorrido lançamento de livro, que reuniu orgulhosos familiares, amigos e admiradores. Para quem quer conhecer de perto essa trajetória, o livro “Do Altar para o Seio Familiar – Uma Vida Abençoada” pode ser encontrado no Clube da Leitura, que está localizado no hall da Fundação Cultural Carlos Drummond de Andrade (FCCDA), na região de central de Itabira.

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