Censura no Brasil está indo muito longe: é proibido chamar Lula de corrupto!

O segundo turno das eleições, em que Lula obteve vantagem preliminar sobre Bolsonaro, com pequena margem de votos, é o mais importantes em anos

Censura no Brasil está indo muito longe: é proibido chamar Lula  de corrupto!
Alírio de Oliveira, colunista DeFato – Foto: Arquivo/Pessoal
O conteúdo continua após o anúncio


O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do Brasil anunciou uma ampliação dos seus poderes para vigiar e silenciar publicações nas redes sociais na reta final para o segundo turno das eleições no Brasil. O conteúdo considerado falso terá duas horas para ser eliminado da rede e, se não houver cumprimento da decisão judicial, a multa pode chegar a 29 mil dólares (cerca de 150 mil reais).

Esta é a chamada de capa e a introdução do artigo do site Panam Post, editado nos idiomas inglês e espanhol e com visualizações em todo o mundo.

A reportagem é de Oriana Rivas, periodista venezuelana radicada em Buenos Aires, especialista em plataformas digitais e redes sociais. Transcrevo sempre seus artigos por serem uma visão estrangeira e neutra sobre o crucial momento brasileiro, até porque, Oriana é uma vítima do regime do seu país.

“A poucos dias para o segundo turno das eleições no Brasil, e justo quando as intenções de voto se reduzem entre o atual presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) e seu oponente, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o TSE anuncia a ampliação dos seus poderes para vigiar e silenciar publicações em redes sociais, despertando o fantasma da censura”. As críticas começaram tão logo se tomou essa decisão. Inclusive o jornal estadunidense “New York Times”, de linha progressista, questiona se não estaria indo longe demais, já que Alexandre de Moraes acumula cargo de ministro no STF e preside o STE. “Como pode tanto poder concentrado em um só homem”? Questiona um dos maiores jornais americanos.

“As suspeitas não são infundadas. Em julho passado, o ministro ordenou a Flávio Bolsonaro, senador e filho do atual presidente, assim como a Carla Zambelli e Hélio Lopes, eliminar publicações que ligavam o ex-presidente Lula e o Partido dos Trabalhadores com a maior rede criminal do país, o Primeiro Comando da Capital (PCC).

Esse é só um dos precedentes que engrossam o expediente do juiz, historicamente inclinado a favorecer a esquerda brasileira”.
O segundo turno das eleições, em que Lula obteve vantagem preliminar sobre Bolsonaro, com pequena margem de votos, é o mais importantes em anos, que podem definir o futuro do Brasil e também se determinará se o socialismo terá êxito em expandir-se na América Latina.

“O cenário está aberto, as pesquisas estão cada vez mais renhidas. De efeito, experts afirmam que Lula pode perder parte dos seus eleitores, já que não conta mais com a máquina de candidatos a deputado que teve no primeiro turno. As medidas ressoam de maneira nada positiva, ainda que Moraes insista em que protegerá ambos os lados das difamações, o certo é que os fatos mostram outra situação.

Lula foi aprisionado por 580 dias, por corrupção, porém a alta Corte impede dar-lhe qualificativos como “corrupto e ex-presidiário”. O deputado federal Marcel Van Hattem foi claro a respeito: “O Brasil está sob censura! O Supremo Tribunal Eleitoral (STE) está atuando como um tribunal de censura eleitoral, decidindo o que se pode ou não dizer. Lula foi condenado por corrupção, cumpriu sua sentença por quase dois anos e só foi liberado porque o STF, vergonhosamente anulou seu processo, afirmou”!

Para confirmar para onde se inclina a balança, o TSE determinou também retirada das postagens da deputada Carla Zambelli, do deputado eleito Nikolas Ferreira, assim como a do Flávio Bolsonaro e Eduardo Bolsonaro sobre Lula da Silva.

Twitter, Tik Tok, Instagram e Facebook tiveram 24 horas para eliminar as publicações. Em troca, as exigências a favor do presidente conservador não foram tão relevantes.

Porém, por mais que os mais altos tribunais brasileiros determinem medidas e ampliações de poderes, nas ruas, as coisas parecem mover-se com maior velocidade, ao ponto de Lula admitir que a eleição está muito nivelada”!

Alírio de Oliveira é jornalista e escreve sobre política em DeFato Online.

O conteúdo expresso é de total responsabilidade do colunista e não representa a opinião da DeFato.

MAIS NOTÍCIAS