Governo Argentino aguarda posse de Lula para receber financiamento do BNDES
Confira o novo texto do colunista Alírio de Oliveira
A secretária de Energia da Argentina, Flávia Royón, anunciou no último dia 12/dez/22 que espera receber ainda no mandato do governo Bolsonaro US$689 mi do BNDES para dar início às obras do segundo trecho de um gasoduto de quase 500 quilômetros que vai de San Jerónimo até a província de Santa Fé.
Esse trecho recebe o nome de Néstor Kirchner, ex-presidente dos portenhos e ex-marido da atual vice-presidente, Kristina Kirchner.
Já o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) afirma que não há essa liberação, mas confirma que houve consulta, mas não há um pedido formalizado para oferecer o financiamento.
O banco brasileiro emitiu uma nota no dia e 12/dez/22 nos seguintes termos:
” O governo Argentino, por meio de sua embaixada em Brasília, e empresas brasileiras entraram em contato com o BNDES e com o Ministério da Economia em consulta sobre eventual financiamento à exportação de bens brasileiros. Não há pedido formal de financiamento protocolado”.
No entanto, esse financiamento pode encontrar um obstáculo por se tratar contráditório para a agenda verde do banco brasileiro, já que o gás de Xisto é altamente tóxico.
A Argentina tem o dobro da malha de gasodutos que o Brasil.
O Brasil explora o gás derivado do petróleo extraído do pré-sal, que é menos danoso ao meio ambiente.
O gasoduto de Vaca Muerta é de vital relevância na infraestrutura da Argentina após sua conclusão, já que vai possibilitar exportar o insumo para os países vizinhos, em especial o Brasil, que vai permitir a entrada de moeda forte na economia local.
O primeiro trecho do gasoduto vai ligar as províncias de Neuquén e Buenos Aires e deve ser concluída até junho de 2023, o que vai gerar uma economia de US$2,2 bilhões por ano em importações de de energia e subsídios, disse Flávia Royón.
Com a chegada de Lula ao Planalto, o presidente Alberto Fernández espera receber o financiamento do governo brasileiro, o que não será difícil, já que o novo governo pretende aprofundar relações com os países de ideologia de esquerda.
Fonte: Poder360