Amilson Nunes, diretor-presidente da Itaurb, fala da nova fase da empresa

Após conviver com dificuldades financeiras — e especulações sobre sua privatização —, a Itaurb dá início a uma nova fase e retoma serviços

Amilson Nunes, diretor-presidente da Itaurb, fala da nova fase da empresa
Amilson Nunes, diretor-presidente da Itaurb – Foto: Divulgação/Prefeitura de Itabira

O diretor-presidente da Empresa de Desenvolvimento de Itabira (Itaurb), Amilson Flávio Nunes, conversou com a DeFato e mostrou a atual conjuntura da empresa, que já viveu momentos de incertezas até sobre sua privatização ou não, em gestões passadas, quando amargou também uma situação financeira que a obrigou a demitir cerca de 160 funcionários — em sua maioria pessoas já próximas da aposentadoria.

DeFato: Como está a situação financeira da Itaurb hoje?

Amilson Nunes: De novembro do ano passado para cá, a Itaurb conseguiu atingir um equilíbrio financeiro, onde arrecada mais do que gasta. Isso traz um conforto para os gestores da empresa permitindo que eles possam planejar todo o tratamento de resíduo e a zeladoria em geral.

A partir de agora vamos rever alguns conceitos na coleta, seja orgânica ou seletiva e na própria triagem, onde devemos fazer investimentos de forma que haja reciclagem de melhor qualidade em menor tempo. Para isso, várias ações serão implantadas. A Educação Ambiental, por exemplo, receberá investimento para retomar a conscientização junto à população, melhorando cada vez mais nossos resultados.

DeFato: Hoje, todos os bairros da cidade são contemplados com as coletas orgânica e seletiva?

Amilson Nunes: Sim. Nós temos a coleta orgânica e seletiva em toda a cidade. Dependendo do bairro e do material produzido, passamos dia sim, dia não, ou pelo menos duas vezes na semana, inclusive na zona rural, nos distritos de Senhora do Carmo e Ipoema, região dos Pedros, Ribeirão São José, Chapada e outros bairros mais distantes. Todos recebem as coletas orgânica e seletiva.

DeFato: Qual o número de funcionários na ativa hoje?

Amilson Nunes: Temos 887 funcionários em nosso quadro, distribuídos na roçada, capina, coleta, varrição, obras, triagem e ronda patrimonial.

DeFato: Quantos estão afastados e qual a causa principal?

Amilson Nunes: Temos vários funcionários afastados por doença simples, graves e por acidente também, assim como temos funcionários que estão dentro de um programa de incentivo da empresa, internados, passando por tratamento contra o alcoolismo e a dependência química.

DeFato: Foram concluídas as demissões ou haverá mais cortes?

Amilson Nunes: Nosso Programa de Demissão Voluntária foi prorrogado, pois mais funcionários manifestaram o desejo de sair da empresa.

É importante ressaltar que se trata de um programa voluntário para quem quer se desligar por livre e espontânea vontade. É um caminho para o funcionário deixar a empresa de forma digna, até porque, são pessoas que trabalham há mais de 20, 30 anos e deixaram uma história e, sobretudo, que contribuíram para o crescimento da Itaurb. Fechamos o ano de 2022 com 12 inscritos que serão desligados ainda este mês.

DeFato: Há locais na cidade em que a população não contribui com a postagem de forma adequada e no dia adequado. Como corrigir essa atitude?

Amilson Nunes: Infelizmente, temos alguns locais, geralmente pontuais, que não respeitam o cronograma de limpeza. Mas é minoria. A maioria da população sabe os dias e os horários que os caminhões passam nos bairros. Iremos trabalhar nesses pontos para corrigirmos essas distorções e mantermos a qualidade dos serviços.

DeFato: Por que não se fazem mais o trabalho de orientação com panfletos, como se fazia anteriormente?

Amilson Nunes: Há dois anos, desde o começo da pandemia, perdeu-se a referência de separar o lixo, pois todos os materiais, orgânicos ou recicláveis, eram considerados fontes de contaminação. Então, nosso setor de triagem foi 100% paralisado. Não havia ações, porque tudo era recolhido junto.

Agora, com a pandemia chegando ao fim e a retomada da reciclagem, estamos com uma equipe montada, inclusive que já faz um trabalho de orientação de porta em porta, nas escolas, nas unidades de saúde e em empresas. Além disso, recebemos visitas de escolas e faculdades em nosso Centro de Resíduos e Reciclagem para palestras e atividades educativas.

Levamos a educação ambiental para os distritos, fizemos orientação de porta em porta e implantamos coleta seletiva nas localidades rurais e no perímetro urbano de Ipoema e Senhora do Carmo. Este ano, por meio do equilíbrio financeiro alcançado, vamos conseguir fazer um investimento maior, abranger mais bairros e conscientizar mais a nossa população.

* Entrevista realizada pelo jornalista Alírio de Oliveira.