Ex-secretário de Obras de Itabira se posiciona sobre a avenida Machado de Assis: “não houve erro de projeto”

Titular da pasta à época da construção da avenida Integração, Ronaldo Lott comentou sobre os problemas da via

Ex-secretário de Obras de Itabira se posiciona sobre a avenida Machado de Assis: “não houve erro de projeto”
Avenida Machado de Assis convive com buracos pouco tempo depois da sua inauguração – Foto: Divulgação/Prefeitura de Itabira
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Na última quarta-feira (25), o secretário de Obras, Transporte e Trânsito, Danilo Alvarenga, concedeu uma entrevista coletiva sobre a situação da avenida Machado de Assis — também chamada de Integração —, que vem apresentando problemas estruturais pouco tempo depois da sua inauguração. Segundo ele, essa situação é causada, principalmente, pela falta de drenagem, impermeabilização e compactação. Em conversa com o portal DeFato, o engenheiro Ronaldo Lott Pires, que ocupava a pasta à época da construção da via, comentou sobre o caso.

Segundo ele, os problemas da avenida Machado de Assis não foram identificados durante a execução da obra. “O erro de projeto não foi detectado durante as obras, caso contrário teriam sido sanados na época [da construção], destacou. Ele, ainda, afirmou que a empreitada foi acompanhada pelo Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), um dos seus financiadores, e que o projeto executivo recebeu aval dos órgãos fiscalizadores — o empreendimento também contou com recursos do Financiamento à Infraestrutura e ao Saneamento (Finisa) e da própria Prefeitura Municipal de Itabira.

“A falta de drenagem é o principal problema da obra, ausência de dreno sub horizontal longitudinal. Não constava no projeto licitado. Já sobre a impermeabilização, não entendi do que se trata em termos de projeto. Enquanto falta de compactação ficou muito genérico, mas parece que se referiu a um trecho lateral à obra, que não foi objeto de desapropriação”, avaliou Ronaldo Lott.

“O proprietário do terreno, que estava em litígio com a Prefeitura, não permitiu a entrada de máquinas e pessoas no terreno, inviabilizando as obras de engenharia necessárias, como lançamento de material para uma cota acima do nível do passeio, a sua respectiva compactação e instalação de dispositivos de drenagens superficiais e até mesmo uma recomposição vegetal com gramíneas”, acrescentou.

Ex-secretário de Obras de Itabira se posiciona sobre a avenida Machado de Assis: "não houve erro de projeto"
Ex-secretário de Obras de Itabira, Ronaldo Lott – Rodrigo Andrade/DeFato

Entenda

Inaugurada em 2020, a avenida Machado de Assis convive com diversos buracos e outros problemas. A situação ocorre, principalmente, pela falta de drenagem, impermeabilização e compactação do terreno. É o que garante o atual secretário de Obras, Transporte e Trânsito, Danilo Alvarenga, que apresentou, na quarta-feira, um estudo técnico realizado pela empresa EPG Engenharia que aponta necessidades de adequações na infraestrutura da via.

“Houve erro no projeto executivo e na execução da obra, que está encaixada num vale. As laterais dessa obra tem um adensamento de vegetação muito grande, tem presença de rochas e toda água que está nesses morros descem para a via. Então deveria ter sido feito um trabalho de drenagem nas laterais, de impermeabilização e também de compactação de todo o bordo da pista, o que não foi realizado”, explicou Danilo Alvarenga.

Dessa forma, segundo o secretário de Obras, será necessário refazer a avenida Machado de Assis — um serviço que deverá custar cerca de R$ 15 milhões aos cofres públicos. Porém, esses reparos não deverão ser realizados neste ano, já que o empreendimento não está previsto no orçamento municipal para 2023. A expectativa é de que o serviço seja iniciado somente em 2024.