Nadja Lírio: o talento musical e a competência na direção do setor cultural monlevadense

Aos 34 anos, Nadja vem chamando atenção pelo trabalho desempenhado em pouco mais de dois anos no setor cultural monlevadense

Nadja Lírio: o talento musical e a competência na direção do setor cultural monlevadense
Foto: Acervo pessoal

Uma cantora talentosa, um carisma único e uma mulher altamente competente. Esses adjetivos podem com tranquilidade ser atribuídos a monlevadense Nadja Lírio Furtado. Ela é presidente da Fundação Casa de Cultura e secretária de Cultura da cidade, cantora, compositora, poetisa, produtora musical e ativista cultural.

Aos 34 anos, Nadja vem chamando atenção pelo trabalho desempenhado em pouco mais de dois anos no setor cultural monlevadense. João Monlevade atingiu a pontuação recorde de 15.62 no ICMS Cultural em 2022. A pontuação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços do setor cultural é estabelecida pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico de Minas Gerais (IEPHA). A marca alcançada neste ano, além de ser historicamente a maior do município, e tudo isso passa pelas mãos e talento de Nadja.

A equipe da DeFato conversou com ela para saber mais sobre como é executar com maestria tantos talentos.

Entrevista

DeFato: Conte-nos sobre sua trajetória na música.

Nadja: Eu tenho quase 15 anos de carreira profissional na música. Em grande parte desse período tocamos Samba de Raíz, que é a principal inspiração da minha banda “Dandá”. Mas já passei por outros estilos da música preta brasileira, como MPB, Bossa Nova e o “Pé de Serra”. Eu comecei a cantar em casa com minha mãe tocando violão e também em festas que meu avô recebia em casa. Para mim era a maior expressão de liberdade, de amor, que eu poderia experimentar: cantando com minha família.

Quando eu conheci o meu marido lá no Rio de Janeiro, em 2008, eu comecei a viver com a música de forma profissional. Desde então, lançamos o CD ano passado e fazemos shows.

DeFato: Como você vê o papel da mulher na música nos dias atuais?

Nadja: Eu vejo o papel da mulher na música como central, protagonista, em todos os sentidos e em todos papéis. Eu tenho certeza que a cada dia mais a mulher tem tomado o papel principal como produtoras, uma força motriz da música brasileira.

DeFato: O que representa a cidade de João Monlevade na sua vida?

Nadja: João Monlevade representa para mim hoje uma grande missão. Tentar desenvolver um projeto cultural firme para que possa gerar frutos para as futuras gerações; ajudar os artistas locais a se profissionalizarem. Que as pessoas cobrem e lembrem da inclusão da cultura na política, em qualquer gestão que esteja regendo a cidade. Eu vejo que é minha missão hoje plantar essa semente ao lado de diversas pessoas que têm esse propósito.

DeFato: Como é ser diretora da Fundação Casa de Cultura?

Nadja: É um grande desafio todos os dias. Eu amo esse desafio e acabo até aumentando ele. Ser uma mulher na liderança de um departamento público em uma cidade conservadora é muito, muito complexo. Diversas vezes meu papel é questionado de uma forma muito agressiva por vários homens no poder, sejam eles da sociedade civil ou da própria administração pública (Legislativo e Executivo). Mas eu sinto que é uma realização muito grande poder fazer acontecer e isso vale a pena demais todos esses desafios e problemas que vêm junto com o cargo.

DeFato: Deixe uma mensagem para todas as mulheres neste dia tão especial e emblemático. 
Nadja: Quero deixar essa mensagem à todas e principalmente às mulheres artistas, aquelas que criam e que lutam para conseguirem seu espaço na arte. Eu quero deixar o meu carinho, minha irmandade e meu desejo de força. Que respeitem as outras mulheres, nossas irmãs, e que cada dia, juntas, consigamos romper mais barreiras. Que possamos construir uma cidade, um país melhor para todas nós.