Escalada, desafios e as vaidades do cume
As semelhanças entre o Monte Everest e a carreira profissional
O Monte Everest é a montanha de maior altitude do planeta Terra, com 8.849 metros. O seu formato piramidal, com extensa área coberta de neve, faz do ambiente um famoso cartão-postal, cobiçado por fotógrafos, aventureiros, esportistas e todos aqueles apaixonados pelos desafios da natureza.
O Everest encontra-se na Cordilheira do Himalaia, na fronteira da China com o Nepal. A montanha se estende pela Índia, Butão e Paquistão.
A ambição de muita gente, disposta a gastar dinheiro e esgotar a saúde física e emocional, é chegar ao ponto mais alto dessa exuberante formação rochosa. Especialistas indicam que a escalada requer alguns anos de treino e isso pode custar mais de 100 mil dólares.
Quem ousar percorrer o trajeto deverá ter habilidades necessárias para superar obstáculos, que colocam a vida em risco.
O terreno inclinado, com características diversas, oferece condições mínimas de circulação. Há possibilidade de desprendimento de massa acumulada de neve e ataque de animais silvestres. Os alpinistas, que ultrapassam a marca de 2.400 metros, sentem dificuldade para respirar. Neste caso, o uso de cilindros de oxigênio é recomendado a aventureiros, que pretendem retornar da missão.
A partir das histórias de escaladas, é possível afirmar que a carreira profissional se assemelha à subida ao Monte Everest. Frustrações e superações estão presentes nas duas situações.
A vaidade de alcançar o cume – o ponto mais alto da pretensão humana – tem a ver com realização pessoal. É o topo da pirâmide de Maslow. É uma sensação eufórica. “Eu sou foda!”.
Contudo, a ostentação tem limites. Estar em situação elevada simplesmente para registrar self é pura mediocridade, ou não. De fato, o êxito merece o click.
É natural encontrar avalanches na trajetória profissional. Já vi companheiros abandonados no meio do caminho, seja por questão de sobrevivência de outro, seja por negligência própria.
Você provavelmente conhece casos de colegas de profissão que se atropelam e se boicotam. Da mesma maneira, existem pessoas agindo isoladamente, e há quem não abra mão do trabalho em equipe.
Reconhecer o mérito alheio ou a necessidade de recomeçar é tarefa difícil, embora, necessária. Logo, exercitar essa prática faz parte do plano.
Mas, será que vale tudo pelo auge da transformação?
Independente disso, prepare-se para utilizar o cilindro de oxigênio. Respeite os seus limites, pois a permanência no cume pode ser por um tempo muito inferior do que você imagina. E a descida nem sempre é agradável.
Ajude ao outro. Mantenha o foco. Peça desculpas, quando for necessário. Elogie e agradeça. Liberte-se do esnobismo.
Por fim, prossiga com resiliência para não terminar como centenas de pessoas, que se arriscaram na escalada do Everest: “in memoriam”.
Thiago Jacques é estudante de jornalismo, professor universitário na Funcesi, mestre em Administração, especialista em Gestão Empresarial, pós-graduado em Marketing e Mídias Digitais.