Jair Bolsonaro presta depoimento sobre os atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro
Bolsonaro é apontado pela PGR como responsável por incitar os atos que resultaram em depredação de patrimônio público
Atendendo a um pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, abriu inquérito sobre os atos antidemocráticos do dia 8 de janeiro. Na ação, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi convocado para depor e se apresentou nesta quarta-feira (26), às 9h da manhã, na sede da Polícia Federal em Brasília.
Bolsonaro é apontado pela PGR como responsável por incitar os atos que resultaram em depredação de patrimônio público na capital federal, ocorridos na Câmara dos Deputados, STF e Palácio do Planalto. Ele terá que explicar possível ligação com as ações extremistas daquele dia.
Bolsonaro não foi intimado a depor antes pelo fato de ter se ausentado do Brasil na data de 30 de dezembro de 2022, um dia antes do término do seu mandato. Na ocasião, Hamilton Mourão, então vice-presidente, assumiu o cargo maior do Executivo nacional, por um dia.
Pesa contra Bolsonaro um vídeo compartilhado por ele em que afirma que “Lula não foi eleito, mas, sim, escolhido pelos ministros do STF e do TSE”. A postagem foi removida pouco depois.
Desde que retornou ao Brasil, após ficar por cerca de três meses na Flórida (EUA), é a segunda vez que o ex-presidente presta depoimento à PF; na primeira vez, o questionamento se deu em função das joias recebidas pelo governo da Arábia Saudita.
Por determinação do Tribunal de Contas da União (TCU), Bolsonaro devolveu ao Estado brasileiro os agrados dos árabes, mas ainda deve responder inquéritos sobre fake news e milícias digitais.