Marco Antônio injeta R$ 35 milhões na Cisne
Projeto que prevê subsídio para a passagem de ônibus em Itabira foi aprovado na noite de sexta-feira em meio a muita discussão — e sem garantir que o serviço atenderá as expectativas dos usuários
Foram dias de discussões, trocas de farpas, acusações e reuniões. Mas, na noite desta sexta-feira (5), o projeto de lei (PL) nº 9/2023 finalmente foi votado e aprovado na Câmara Municipal de Vereadores. Porém, não por unanimidade. Rose Félix (MDB), Sidney do Salão (PTB), Luciano Sobrinho (MDB), Neidson Freitas (MDB), Robertinho da Autoescola (MDB) e Tãozinho Leite (Patriotas) se opuseram ao repasse da aproximadamente R$ 35 milhões de subsídio à Cisne, responsável pelo transporte público de Itabira. A medida, defende a Prefeitura, permitirá a queda da tarifa de ônibus para R$ 3. Por outro lado, Vetão (PSB), Júlio Contador (PTB), Júlio do Combem (PP), Reinaldo Lacerda (PSDB), Bernardo Rosa (Avante), Marcelino Guedes (PSB), Rodrigo Diguerê (PTB), Juber Madeira (PSDB), Carlos Henrique Oliveira (PTB) e Carlinhos Sacolão (PSDB) votaram a favor da medida.
A reunião extraordinária desta noite, especificamente, ficou marcada pela longa duração e o baixo nível de discussões. Foram pouco mais de cinco horas de provocações, dedos em riste e acusações pessoais. No fim, vitória da base governista, que conseguiu a aprovação do PL e derrubou duas emendas parlamentares que reduziam o tempo de concessão do subsídio até o fim deste ano.
A cobrança continua
Atual líder de Governo na Câmara, Weverton Leandro Santos Andrade “Vetão” (PSB) celebrou a aprovação da proposta e relevou as discussões “acaloradas” durante o encontro dos parlamentares.
“É uma matéria de extrema importância, a gente entende as discussões acaloradas, entendemos também a quantidade de horas que tiveram de ser destinadas a essa aprovação. Mas que bom que a Câmara, com dez votos, foi consciente, a gente respeita também a oposição que teve os seus motivos. Mas o mais importante é que a população itabirana vai receber na ponta a redução do valor da passagem, que é algo muito grande”, disse.
O pessebista também garantiu que a fiscalização sob os serviços oferecidos pela Cisne continuará, independente do subsídio. “Mas é válido ressaltar que o trabalho precisa ser melhorado, que o serviço oferecido precisa ser melhorado. E vamos fiscalizar, cobrar realmente por mais ônibus, mais horários e principalmente que a população não somente pague por um valor baixo, quem sabe até a tarifa zero, mas que também tenha um serviço de qualidade, que é nosso desejo”, acrescentou.
Pouca confiança
Líder da oposição na Câmara, Neidson Freitas afirmou, em entrevista à DeFato, que Marco Antônio Lage (PSB) não possui credibilidade para cumprir as melhorias prometidas por ele e sua base na Casa do Legislativo.
“Primeiramente, é sempre concordar com a decisão do plenário. Não sou contra nenhum tipo de ajuda social, o transporte público é importante, já votamos no ano passado o subsídio de R$ 6 milhões, foi aprovado por unanimidade, inclusive, mas a comunidade não percebeu melhorias mesmo já recebendo esse dinheiro. E eu vejo que o prefeito Marco Antônio não tem credibilidade para garantir mais nada diante de tantas promessas que ele já fez e não foram cumpridas. E hoje promete melhorias, ônibus novos, mais linhas de ônibus, uma série de compromissos que foram feitos em cima dessa proposta de subsídio de R$ 35 milhões”, argumentou o emedebista.
Neidson lamentou, ainda, a não aprovação de duas emendas da Comissão de Finanças Orçamentos e Tomada de Contas, presidida por Tãozinho Leite, que reduziam o período do subsídio até dezembro deste ano. Para ele, elas trariam equilíbrio à proposta do Executivo.
“O prefeito não licitou, deu mais dez anos para a Cisne. Uma empresa que, ao longo dos anos, a população já está saturada com o serviço precário que está sendo entregue, e existia toda a expectativa que esse serviço foi licitado. O prefeito não cumpriu com essa promessa, mentiu que iria licitar e não licitou, então o que propusemos aqui foi uma emenda de equilíbrio”, finalizou.
Aprovado na Câmara, o PL 9/2023 parte agora para a sanção do prefeito Marco Antônio Lage.