Baixaria na Câmara Municipal de Itabira deveria deixar vereadores envergonhados
Encontro da última sexta-feira registrou momentos lamentáveis
O tema era importantíssimo: o repasse de R$ 35 milhões da Prefeitura de Itabira para a Cisne. Por motivos diferentes, situação e oposição se dividiram entre o veto e a aprovação da proposta na Câmara. Mas o nível da discussão do projeto de lei 9/2023 esteve longe de acompanhar a importância da pauta.
Na última sexta-feira (5), durante cinco horas, o que se viu na Casa do Legislativo itabirano foi uma verdadeira baixaria. Trocas de acusações, assuntos pessoais misturados à política, interrupções, autoritarismo, dedos em riste e várias outras atitudes lamentáveis deram o tom do encontro. Mesmo quem gosta de acompanhar reuniões “agitadas” se sentiu constrangido com o que se via.
E não há lado que se salve. O baixo nível partiu tanto da oposição quanto da situação, com poucas exceções. Alguns, como os vereadores Rodrigo Diguerê (PTB) e Rose Félix (MDB), se salvaram. Cientes da importância do tema, apresentaram números e argumentos plausíveis para votarem contra ou a favor. Mas a maioria deveria se sentir envergonhada.
A baixaria foi tamanha que Neidson Freitas (MDB), um dos mais experientes da Casa, visivelmente incomodado, chegou a falar em acionar o conselho de ética para os colegas. Discurso apoiado por Reinaldo Lacerda (PSDB), outro a demonstrar certo constrangimento.
Por fim, a votação ocorreu e, como quase todos esperavam, o projeto de lei foi aprovado. Vitória da situação — que defendia a proposta encaminhada pela Prefeitura de Itabira —, derrota de todos, protagonistas de um vexame que não condiz com a importância da popular pauta.