Servidora denuncia atraso na apresentação do plano de cargos e salários; Prefeitura nega

É, pelo menos, a segunda vez que isso acontece neste ano

Servidora denuncia atraso na apresentação do plano de cargos e salários; Prefeitura nega
Foto: Divulgação/Prefeitura de Itabira
O conteúdo continua após o anúncio


Ocorrida na quinta-feira passada (1º), a suposta apresentação do plano de cargos e salários da Prefeitura de Itabira não agradou aos servidores. Em contato com o portal DeFato, uma profissional da rede municipal de Educação, que preferiu não se identificar, protestou contra a forma com que a gestão Marco Antônio Lage (PSB) tem lidado com o processo.

Segundo ela, o documento entregue aos servidores é um conjunto de folhas soltas, com várias falhas e sem um texto conciso, em mais um capítulo de uma novela que perdura há mais de um ano. Já neste ano, em março, a minuta do projeto deveria ter sido encaminhada aos servidores, mas o prazo foi descumprido pela Prefeitura, como mostrado por uma reportagem da DeFato.

Para aumentar ainda mais a ânsia dos servidores, Marco Antônio prometeu, recentemente, que o pagamento integral do piso salarial dos professores será inserido no plano de cargos e salários. À reportagem, a Administração Municipal garante que não há atrasos no processo e que repassou à classe o documento na íntegra. Além disso, também afirma ter cumprido o combinado no workshop do dia 1º de junho. Confira o posicionamento completo da Prefeitura logo abaixo.

Não há atrasos. A íntegra da minuta do projeto foi entregue à Comissão de Apoio, formada por servidores efetivos, que acompanham todo trabalho. No dia 1º, conforme combinado, foram apresentados os principais pontos do Plano em workshop, com a nova estrutura organizacional e as propostas de alterações. Foi entregue aos grupos também a descrição de cargos e funções.

Decepção

Em contato com a reportagem, a profissional da Educação falou sobre a decepção dos servidores ao se depararem com um documento longe do ideal. Ela também amplia as críticas à IBGP, empresa responsável por fomular o plano de cargos e salários.

“Segundo o Governo, no workshop seria entregue este plano inicial para fazermos a análise, tem um comitê de servidores acompanhando. Mas chegando lá, disseram que não havia um documento formal, nos moldes que se esperava. Pensa bem, (a Prefeitura) contrata uma empresa pra fazer um documento dessa magnitude e não havia um corpo estruturado. Segundo o pessoal que participou do workshop, eles receberam folhas soltas, pedindo sugestões, apresentando algumas ideias do que poderia estar no plano, mas nada oficial, amarrado ou conciso”, conta.

Diante do impasse, diz a denunciante, o próprio Sindicato dos Trabalhadores e Servidores Públicos Municipais de Itabira (Sintsepmi) cobrou mais celeridade da Prefeitura.

“Então o sindicato protocolou um pedido na Prefeitura pedindo agilidade no processo e mais transparência, porque estava muito solto. E, desde então, todo mundo que você pergunta ‘você já recebeu a minuta?’, responde ‘não, recebi partes soltas’ ou ‘não, estamos esperando ainda o IBGP ou a Prefeitura me chamar pra enviar alguma documentação”. E a gente tá muito ansioso, com muito receio. Por que o que seria o esperado? Receber todo o plano de cargos e carreiras dos servidores, e aí cada categoria analisaria o seu campo específico. Para ver o que está de acordo, se está cortando algum direito ou benefício, ou se está incorporando alguma coisa nova, algum benefício que a gente ainda nem está sabendo”.

Apreensão

O temor da categoria, diz a servidora, é o projeto atrasar a ponto de prejudicar possíveis sugestões de melhorias ou alterações em sua redação. Além disso, o pagamento do piso do magistério também pode ser afetado, afirma ela.

“É o nosso futuro profissional. Depois tem que ir para votação na Câmara, os trâmites do Legislativo tem, em média, 15 dias. E se não der tempo da gente fazer ou propor alguma alteração? Vai ficar aquela briga política lá na frente? E dentro do plano de cargos, tem a votação do piso da Educação. E o prefeito garantiu para nós que irá pagar o piso integral aos profissionais da Educação. Mas enquanto isso não chegar lá na Câmara, a gente não recebe”.

Situação recorrente

O atraso na elaboração do plano de cargos e salários não chega a ser uma novidade. Havia a promessa de que ele fosse apresentado aos servidores no dia 17 de março, o que não ocorreu. Na oportunidade, a superintendente de Recursos Humanos Marina Costa, espécie de intermediária entre os representantes do funcionalismo público e a gestão Marco Antônio, alegou que o atraso ocorreu devido à organização da Corrida da Mulher, realizada dias depois.