Governo federal vai fazer 35 leilões na área dos transportes até 2026

Para Renan Filho, é fundamental a queda na taxa de juros para fortalecer a aplicação de recursos públicos e também a atração do capital privado

Governo federal vai fazer 35 leilões na área dos transportes até 2026
Foto: Foto: Ricardo Botelho

Renan Filho, ministro dos Transportes, disse, na segunda-feira (10), que o governo federal pretende fazer 35 leilões no setor até 2026, mas, para que o objetivo seja alcançado, ele defende a redução na taxa de juros como forma de atrair investimentos na área de infraestrutura. A taxa Selic atualmente está em 13,75%, o maior percentual nos últimos seis anos.

Para Renan Filho, é fundamental a queda na taxa de juros para fortalecer a aplicação de recursos públicos e também a atração do capital privado, somando esforços nos investimentos de infraestrutura.

A fala do ministro foi durante uma live promovida pela revista Exame. Ele destacou, ainda, que a apresentação do arcabouço fiscal no Congresso é um fator para a redução dos juros futuros e atração de investimentos.

O novo marco fiscal, que vai substituir o teto de gastos vigentes no Brasil, vai passar por uma segunda apreciação da Câmara dos Deputados em agosto, logo após o recesso parlamentar.

“Com a política fiscal estabelecida pelo governo, a gente está derrubando juros, com a queda da inflação, que abre esse espaço. A queda de juros vai facilitar a atração da iniciativa privada”, avaliou.

Renan defende a atuação conjunta entre o capital privado e o governo para desenvolver os projetos de infraestrutura e tem a expectativa que essa parceria promova melhorias nas condições das estradas. “Em 24 meses, queremos ter 20% a 25% das rodovias em estado ruim ou péssimo. A taxa era de 66% no final de 2022”, disse.

O ministro dos Transportes afirmou que a PEC de Transição garantiu quatro vezes mais recursos para o seu ministério do que no ano anterior, com uma previsão de ao menos R$ 22 bilhões para o ano de 2023, depois do teto de gastos “achatar os investimentos em infraestrutura”. Para ele, a “PEC foi fundamental para colocar as obras para andar”.

Em relação aos investimentos do governo, Renan projeta que 50% do novo Plano da Aceleração do Crescimento (PAC) seja direcionado para a pasta de Transporte.

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, afirmou, recentemente, que o governo federal aguarda a aprovação do novo marco fiscal para definir o destino dos recursos.

O Ministério dos Transportes aposta nos recursos oriundos de concessões e leilões. “A expectativa é a de promover 35 editais nos próximos quatro anos, ante seis realizados pelo governo Bolsonaro. Só nos dois primeiros lotes do Paraná, são previstos R$ 18 bilhões em investimento, finalizando com R$ 50 bilhões somando os seis lotes”, detalhou Renan Filho.

Estão em estudos leilões de privatizações de rodovias em Goiás, Minas Gerais, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Na sexta-feira (7), foi publicado o edital do trecho da BR-381, que deve contar com investimento público para amortizar o risco.

Os recursos são provenientes, também, do acordo de Mariana, para reduzir o valor do pedágio para quem trafega nesta rodovia.