Conheça o que é uma administração “feijão com arroz”
Neidson Freitas e Rosilene Félix são beneficiados politicamente. Digo: Marco Antônio Lage os enche de argumentos até infantis sobre governar uma cidade com erros acumulados e gritantes
O prefeito Marco Antônio Lage sempre me convida para ir à Prefeitura. Diz que poderia mostrar-me tudo o que está fazendo no governo do município itabirano. Não aceito mais o convite porque já fui lá duas vezes e confesso que sai triste, porque avalio o tempo que passei — mais de três meses — prometendo, enganando, transmitindo esperança e no fim entrei pelo cano e encontrei a torneira fechada, como dizem amigos que tenho por aí.
Marco Lage, sem querer, impõe-me vir a público pedir desculpas a muita gente; dá-me pena pelo seu falatório sem fim; revela uma fome indigesta de acertar e não consegue; incomoda a qualquer um desconhecer o que tem nas mãos para acertar, mas falha muito; tem nas mãos, com absoluta certeza, a Prefeitura mais rica do Brasil, considerando que somos um município de população abaixo da média. E por ser abaixo da média ele pratica o sistema “varejo”, busca um tijolo aqui, gasta uma lata de tinta ali, experimenta um parafuso, um prego, uma lata de cola, um azulejo, carrega escada na obra. Não sabe o que é “gestão por atacado”. E por aí vai.
Administração feijão com arroz
Sabedor de sua gestão ilusória do faz de conta, tento me distrair, ligo o rádio para ouvir a transmissão de reuniões ordinárias da Câmara Municipal. Detenho-me na fala de dois vereadores, Neidson Dias Freitas e Rosilene Félix. E não há quem não se interesse pelo conteúdo. “O prefeito quer se vangloriar do básico — reformar quadras, escolas, tapar buracos — isso são ações do dia a dia. Com um orçamento de R$ 1 bilhão deve fazer algo relevante”, afirma Neidson, o vereador de mais de dois mil votos no pleito passado.
Rose, companheira de partido, advogada, lembra o “vício das atas” e adverte “que é uma porta aberta para a corrupção”, corroborada pelo colega. Itabira parou de dar serviço a gente da cidade, busca justificar em atas de municípios distantes, “pra lá de Bagdá”, forçando a legalização de obras. Ambos os vereadores consideram inadmissível que o prefeito insista em “pegar carona em ata distante, que ninguém vê, desconsiderando as empresas locais”. Regime que salta o Legislativo é, com certeza claríssima, sinal irrefutável de ditadura.
E agora o porquê do “trabalho do dia a dia”, que o vereador Neidson denomina o governo Marco Lage. Eu já dizia, já escrevi e comparei a falta de inspiração do prefeito em governar Itabira a uma realização estilo “feijão com arroz”. Nem uma obra de grande porte, talvez a estradinha Ipoema a Senhora do Carmo, que representa R$ 50 milhões a serem injetados no governo estadual. Contradição o QI dele não alcança.
E ele, no seu prato de todos os dias, diz que não vai aplicar dinheiro na Unifei, que é da administração federal. Acha que vai enfiar esse sapo de pernas abertas goela abaixo do povo. Viram como é a lógica mal empurrada? Assunto tratado nesta reunião deste dia 19. Palavras correspondentes, pronunciadas pela vereadora-advogada Rosilene Félix e pelo vereador Neidson Dias Freitas.
“Prefeito bom é o prefeito que viaja”
Já ouvi um ditado repetido em vários cantos do planeta: “Prefeito bom é o prefeito que viaja”. Diria que Marco Antônio Lage seja um chefe de executivo eficientíssimo. Diz a boca pequena itabirana que ele “passeia” muito, sem parar, ininterruptamente. Todo dia cai nas redes sociais uma informação dele próprio: Marco Antônio em Brasília, Marco Antônio em Belo Horizonte, Marco Antônio em Ipatinga e até Marco Antônio nos Estados Unidos…
Se ele for questionado sobre o que buscou de bom de tantos lugares, até do exterior, resposta tem. Com a sua boa lábia, vai dizer que trouxe isso, trouxe aquilo, preparou esta, preparou aquela coisa etcetera e tal. Mas se o interlocutor prestar a atenção vai notar que ele está mais para ser o deputado da “Praça é Nossa” do que prefeito de Itabira. Ninguém entende patavina do que diz. Alguém dele já me avisara, depois de eleito, que seu dom é mesmo a fala, recurso que usa e abusa.
Objetivo em Brasília até demais
Na semana passada foi à Capital Federal e atuou objetivamente. Fez uma enquete ampla e irrestrita: com o vice-presidente Geraldo Alckimin e o senador Rodrigo Pacheco, além de outros deputados, informou. De cada um ouviu palavras de incentivo ao fato de não investir recursos financeiros na Unifei. Ficou eufórico consigo próprio, considerando entrevistas que deu, além de “lives”.
Agora, analise quem está em Itabira, na cidade, zona rural, nos distritos, que torça pelo grande benefício da Universidade Federal em Itabira, que tenha votado em Marco. Qualquer caipira, qualquer sofredor que bate uma enxada, pode retrucar assim: “Esses eleitores de Brasília votaram nele?”.
“Você repercute argumentos do grupão”
Num dos nossos “encontros e desencontros”, pessoalmente ou via internet, Marco Lage me fez um pedido para não repercutir matérias de gente da oposição a que denomina “Grupão”. Não dou respostas, mas tenho-as: uma, se colocações coincidem não quer dizer que são copiadas; duas, o significado de “Grupão” é claramente uma turma grande, unida, que trabalha junto. O maior grupão de hoje é o chefiado pela Prefeitura de Itabira, formada por militantes pagos e bem pagos, que comparecem, votam e até ganham obras do Orçamento Participativo e batem palmas em todas as inaugurações de reformas de escolas, meios-fios, pontes, mata-burros.
Nota ao pé da página
É preciso repetir amiudadas vezes que o cidadão jornalista Marco Antônio Lage é um completo “gentleman”. Sem dúvida alguma, não economizo um elogio a ele. É super educado ao extremo, acima de todas as virtudes relativas a cordialidade. Pode concorrer para figurar no livro dos recordes.