Cruzeiro sai gigante do clássico. Atlético escolheu se diminuir

Raposa venceu confronto deste domingo por 1 a 0 e se afastou da zona de rebaixamento

Cruzeiro sai gigante do clássico. Atlético escolheu se diminuir
Foto: Cruzeiro/Twitter

Como alertado pela coluna na última sexta-feira (20), o clássico contra o Atlético se apresentava como o jogo mais acessível ao Cruzeiro nas próximas rodadas. Justamente por permitir uma mobilização diferente dos demais. A Raposa soube se valer disso, contou com generosa ajuda de Jemerson e abriu quatro importantes pontos de vantagem para o Z4.

Após um primeiro tempo equilibrado, com pelo menos uma chance clara para os dois lados, a partida foi definida em um segundo tempo de controle absoluto do Cruzeiro. Mesmo com a conhecida dificuldade em criar oportunidades, o time de Zé Ricardo teve mais a bola, cercou a área atleticana, obrigando Everson a algumas boas defesas, e não concedeu grandes chances ao rival.

O gol contra patético de Jemerson premiou o time mais organizado dos 90 minutos. Do outro lado, o Atlético possui motivos de sobra para coçar a cabeça. Com um elenco muito superior e jogando em casa, não esteve nem perto de ser dominante. Desde o apito final, o que mais se vê são acusações de apatia, falta de vontade e outros. Mas é preciso reconhecer que, mesmo vivendo fase recente melhor, o escrete de Felipão nunca jogou um futebol 100% confiável ou próximo ao seu limite. Talvez seja suficiente para abocanhar uma das incontáveis vagas brasileiras à Libertadores, mas impediu a vitória no primeiro clássico da Arena MRV.

Mas fora de campo a situação fica ainda pior. Desde as discussões sobre a carga de ingressos disponibilizada aos cruzeirenses, o Atlético optou por acirrar os ânimos o máximo possível. Ontem, foi uma sequência de absurdos, principalmente com AS cruzeirenses. Falta de papéis higiênicos, sabonetes e portas nos banheiros femininos foram apenas alguns dos relatos dados pelos torcedores. Após a partida, agiu como mal perdedor e tentou sabotar a coletiva de Zé Ricardo por uma simples bandeira estendida.

De forma dissimulada, ainda enumerou atos de vandalismo dos visitantes como se nada tivesse feito para inflamar o ambiente do jogo. O Atlético tratou os cruzeirenses presentes na arena como animais e depois lamentou por terem agido como tais. A se destacar, apenas a ótima entrevista de Hulk, que mostrou muita sinceridade e dignidade ao analisar o jogo e suas consequências. Postura madura que deveria ser da diretoria, não do atacante.

Do lado do Cruzeiro, o êxtase e a empolgação não podem se confundir com a sensação de que o drama acabou. Em 2019, as vitórias contra Corinthians e Botafogo indicavam uma fuga do rebaixamento, mas todos sabemos o final.

Independentemente disso, Zé Ricardo e seus comandados saíram gigantes do clássico deste domingo. Já o Atlético – como time e gestão, não como clube – sai pequeno. E por decisão própria.

Victor Eduardo é jornalista e escreve sobre esportes em DeFato Online.

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