Reunião da Câmara é marcada por derrotas do governo Marco Antônio

Vetos do prefeito itabirano foram derrubados pelos vereadores nesta tarde

Reunião da Câmara é marcada por derrotas do governo Marco Antônio
Foto: Arquivo DeFato
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Com direito a posicionamentos surpreendentes, a reunião da Câmara de Itabira desta terça-feira (7) foi marcada por derrotas da gestão Marco Antônio Lage (PSB). Nem mesmo com seus aliados o atual Executivo pode contar, já que parlamentares como Weverton Leandro Santos Andrade “Vetão” (PSB) e Marcelino Guedes (PSB), correligionários do prefeito, votaram contra suas decisões. Carlos Henrique de Oliveira (PDT), vice-líder do governo na Câmara, também foi outro a ignorar seus laços políticos com Marco Antônio.

Transparência

A primeira discussão foi sobre os vetos de Marco Antônio a dois artigos do vereador Luciano Gonçalves dos Reis “Sobrinho” (MDB) incluídos no projeto de lei 80/2023. De autoria de Sidney Marques Vitalino Guimarães “do Salão” (PTB), a proposta impõe que todos os imóveis locados pela Prefeitura de Itabira tenham um cartaz informativo com as informações do contrato.

A mais polêmica das “tesouradas” de Marco Antônio pretendia impedir a divulgação do nome dos proprietários dos imóveis, ideia sugerida por Luciano Sobrinho. A gestão municipal alega que a medida fere a Lei Geral de Proteção de Dados, algo rechaçado pelos vereadores, que derrubaram o veto por 9 votos a 8. Dois dos votos mais surpreendentes foram de Rose Félix (MDB), favorável à postura do prefeito, e Vetão, que seguiu caminho contrário.

Uma das principais vozes do bloco de oposição da Câmara, Rose opina que as informações poderiam constranger os locadores, além de expô-los a retaliações políticas desnecessárias. Para tal, ela se baseou no exemplo da própria irmã, diretora de uma escola itabirana e que, segundo Rose, é vítima de perseguição devido ao seu parentesco com a parlamentar.

“Sempre digo que não sou contra a cidade, sou contra algumas atitudes do prefeito Marco Antônio. Mas naquilo que ele tiver de positivo, a gente vota a favor. E apesar de ter votado inicialmente a favor do projeto de lei, em uma outra análise eu entendi que expor o nome do proprietário do imóvel alugado para a Prefeitura não é a forma mais eficiente que nós, vereadores, temos de fiscalizar. E a gente pode até expor a pessoa”, disse após a reunião.

Já Vetão afirma ter sido coerente à postura adotada desde seu primeiro mandato, quando foi o principal oposicionista à gestão Ronaldo Lage Magalhães (União Brasil).

“Durante meu primeiro mandato, sempre fui favorável aos projetos de transparência. Tive um embate interessante no mandato passado sobre transparência em relação aos gastos da imprensa, e não posso, neste momento, ser contrário a uma ação que eu vejo que não possui problema jurídico. E eu vejo também que não estará expondo, uma vez que todas as pessoas que tem contratos e prestam serviço ao poder público você encontra no portal da transparência, o quanto ela ganha e o tempo do contrato. Então não vejo problema algum em permanecer o projeto desta forma, por isso dou o voto não como líder do governo, mas como vereador de segundo mandato que no primeiro mandato foi incansável defendendo a transparência”, pontua.

Desconforto na própria base

Já o outro veto de Marco Antônio foi ao projeto de lei 87/2023, de Marcelino Guedes, que denomina como “Maria das Dores Bragança” uma rua do bairro Barreiro. Segundo o parlamentar, a Prefeitura alegou que as coordenadas da via deveriam ter sido anexadas junto à proposta, o que não aconteceu.

Em sua defesa, Marcelino afirma que a exigência não vinha sendo feita em projetos do tipo e o impasse poderia ter sido resolvido com um simples telefonema. Este veto, por sua vez, foi derrubado por unanimidade e acompanhado de críticas dos próprios governistas à falta de comunicação da gestão Marco Antônio.

“Nesse dia tão importante, Dia do Radialista, nunca se falou tanto da importância da comunicação. E a falha de comunicação na maioria das vezes provoca ruídos que podem ser sanados e outros que infelizmente podem destruir. Neste caso, o veto permitirá ao Executivo rever todo o procedimento administrativo pelo qual houve essa falha pela falta de comunicação. E mais do que justo, mediante todo trabalho feito pelo vereador Marcelino Guedes junto à comunidade, voto também pela derrubada do veto”, pontuou Juber Madeira (PSDB), ex-líder de Governo na Câmara.