“Mãos que Salvam” oferece treinamento gratuito para atendimento de vítimas de paradas cardiorrespiratórias

Projeto foi iniciado há cinco anos pela médica itabirana, Luciana Caldas

“Mãos que Salvam” oferece treinamento gratuito para atendimento de vítimas de paradas cardiorrespiratórias
Fotos: Victor Eduardo/DeFato

Criado em 2018, o projeto “Mãos que Salvam” possui uma missão tão nobre quanto complexa: salvar vidas. A ação oferece treinamento gratuito para abordagem adequada e imediata de vítimas de parada cardiorrespiratória (PCR) e parada respiratória por obstrução das vias aéreas por corpo estranho ou engasgo (OVACE). A iniciativa é da médica itabirana, Luciana Caldas.

Segundo Luciana, 80% das paradas cardiorrespiratórias ocorrem fora do hospital. Desta forma, é fundamental a sociedade estar preparada para o primeiro atendimento, realizado antes mesmo da equipe médica chegar. Caso a vítima seja socorrida imediatamente, sua chance de sobrevivência triplica e o risco de sequelas neurológicas diminui consideravelmente. As manobras, garante ela, são extremamente simples de serem aprendidas.

O projeto foi pensado por Luciana Caldas, quando ela atuava no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), de Itabira

O “Mãos que Salvam” foi pensado e iniciado por Luciana Caldas, quando ela atuava no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), de Itabira. Cinco anos depois, a itabirana relembra o início.

“Trabalhando no Samu, eu percebia que a abordagem das vítimas de PCR só era iniciada quando a nossa equipe chegava e isso influenciava no péssimo desfecho das vítimas. Muitas não voltavam da PCR e as que voltavam, quase invariavelmente, tinham sequelas neurológicas muito graves pelo tempo de hipóxia (falta de oxigênio para o cérebro). Isso tudo me motivou a iniciar o projeto. Diferente de muitos países, o Brasil não tem a cultura do ensino dos primeiros socorros nas escolas e para a sociedade como um todo”, explica.

De acordo com a profissional de saúde, a abordagem correta é determinante não só para o primeiro atendimento, como também para o resto da vida de cada paciente.

“As vítimas de PCR e OVACE dependem de socorro imediato para terem chance de sobrevivência e de permanecerem com a função neurológica preservada. Elas dependem que alguém ao lado inicie as manobras, antes mesmo do Samu chegar. Só assim, poderemos mudar o desfecho de suas vidas”, completa Luciana.

A assistência oferecida pelo “Mãos que Salvam” é oferecida a diferentes grupos, como escolas, igrejas, academias e clínicas médicas

Os treinamentos do “Mãos que Salvam”, realizado às quartas-feiras, são feitos com manequins específicos e envolvem simulações de ressuscitação cardiopulmonar (RCP) e manobras de desengasgo em adultos, crianças e bebês. Os participantes também têm a oportunidade de manusear o desfibrilador externo automático (DEA). Tudo em um local definido pelos próprios interessados.

“Precisamos evoluir; acredito que, através de divulgação como essa, estamos no caminho certo. É preciso informação para o reconhecimento da importância e convencimento de multiplicarmos essas ações”, finaliza.

A assistência oferecida pelo “Mãos que Salvam” é disponibilizada para diferentes grupos como escolas, igrejas, academias, condomínios, clínicas médicas e odontológicas, faculdades, lojas, empresas e clubes. Para participar, é necessário entrar em contato pelo WhatsApp (31) 99655-4635.