Não para no Parkinson: uma iniciativa para a equidade de pessoas parkinsonianas

Projeto de extensão do Centro Universitário Funcesi estimula a socialização e a prática de atividades físicas

Não para no Parkinson: uma iniciativa para a equidade de pessoas parkinsonianas
Fotos: Thiago Sales/Funcesi

O Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum. A associação de sintomas motores e não motores gera um impacto real nos pacientes, também vítimas de estigmas criados pela falta de informação. E para melhorar a qualidade de vida dessas pessoas surgiu o “Não para no Parkinson Funcesi”.

O projeto de extensão estimula a socialização e prática de atividades físicas em pessoas parkinsonianas, além de reduzir estigmas que acompanham a doença. A ideia surgiu da união entre a Associação de Itabiranos Portadores de Doença de Parkinson e professores do Centro Universitário Funcesi, em setembro de 2021. Após um ano de atividades, o grupo ampliou de seis para 40 o número de participantes ativos.

As atividades realizadas duas vezes por semana são conduzidas por alunos do 9º e 10º períodos de Fisioterapia

Responsável pelo projeto, o professor Patrick Silva Viana ressalta o objetivo de resgatar o senso de pertencimento de pacientes:

“Sim, ele é capaz de realizar as atividades, de participar do grupo da igreja, de ir ao supermercado, de voltar a socializar e quem participa do grupo apresenta melhoras na qualidade de vida e socialização”.

As atividades, realizadas duas vezes por semana, são conduzidas por alunos do 9º e 10º períodos de Fisioterapia e com orientação de docentes da instituição. O projeto oferece palestras periódicas, que abordam aspectos do Parkinson, tanto para pacientes como também para cuidadores.

Atualmente, está em desenvolvimento um centro de convivência para oferecer atividades quinzenais que fujam da rotina. Também está previsto um forte trabalho de divulgação para a população, envolvendo conhecimento sobre o quadro e inclusão desses pacientes.

Os profissionais utilizam materiais como halteres, bolas, bastões, caneleiras, cones, pistas de marcha e cadeiras para estimularem pacientes

Referências

As atividades realizadas no grupo de Parkinson são baseadas numa avaliação e na Classificação Internacional de Funcionalidade (CIF). A partir dessa avaliação, são montadas estratégias com estímulos para o treinamento da marcha, técnicas cognitivas para melhorar as transferências, exercícios para o equilíbrio, treinamento da mobilidade articular e força muscular para implementar a capacidade física.

“O projeto se baseia em evidências de artigos já publicados na literatura e, principalmente, nas queixas e observações dos próprios pacientes. Quando notamos que um determinado indivíduo apresenta algum déficit, por exemplo, de equilíbrio e marcha, passamos a trabalhar mais esses déficits com estratégias relacionadas ao dia a dia trazidos pelos alunos do último ano do curso de Fisioterapia”, explica o professor Patrick Viana.

Profissionais do projeto utilizam materiais como halteres, bolas, bastões,caneleiras, cones, pistas de marcha e cadeiras para estimularem pacientes. Segundo o professor, as atividades realizadas em grupo podem trazer benefícios como: motivação e engajamento, aumento da força, flexibilidade e resistência; e diminuição da depressão.