Padilha diz que posicionamento de Lula está claro e nega possibilidade de pedido desculpas por fala contra Israel
A declaração do ministro foi dada em entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, da última segunda-feira
O ministro das relações institucionais, Alexandre Padilha, negou a possibilidade de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vir a público e se desculpar devido a fala em que ele comparou a escalada dos ataques israelenses contra os palestinos em Gaza ao holocausto nazista. Para Padilha, o presidente deixou bem claro seu pensamento em relação à defesa do Estado de Israel.
A declaração do ministro foi dada em entrevista ao programa “Roda Viva”, da TV Cultura, da última segunda-feira (19). Na ocasião, Padilha foi questionado se Lula viria a público após ter comparado a situação em Gaza, classificada pelo presidente como “genocídio”, com o extermínio do povo judeu pelo governo nazista de Adolf Hitler, na Alemanha — o posicionamento de Lula aconteceu em entrevista coletiva na Etiópia, no domingo (18).
“O presidente, em sua própria fala, deixa claro o posicionamento em relação a Netanyahu e a sua postura histórica, enquanto presidente da República, nesse momento de defesa da existência do Estado da Palestina e a relação que ele sempre teve com a comunidade judaica no Brasil”, declarou Padilho.
“O chanceler brasileiro já esclareceu isso, o assessor de Relações Internacionais, a primeira dama fez questão de fazer uma postagem correta. Vamos analisar o sentimento que moveu o presidente naquele momento”, acrescentou Padilha.
Já o assessor especial para assuntos internacionais da Presidência da República, Celso Amorim, classificou como absurda a decisão de Israel que considerou o presidente Lula como “persona non grata”. “Isso é coisa absurda. Só aumenta o isolamento de Israel. Lula é procurado no mundo inteiro e no momento é ‘persona non grata’ em Israel”, disse o ex-chanceler à jornalista Andréia Sadi, do G1 e da GloboNews.
Desde o início do conflito, o governo Netanyahu já matou cerca de 30 mil palestinos e é acusado de genocídio na Corte Internacional de Justiça.