Tempo seco aumenta incêndios em áreas preservadas; relembre caso no Parque do Limoeiro

Ação humana associada à baixa umidade do ar proveniente da estação podem causar incêndios como o do Parque do Limoeiro em 2022

Tempo seco aumenta incêndios em áreas preservadas; relembre caso no Parque do Limoeiro
Até o momento já foram plantadas mais de 30 mil espécies no local devastado pelo incêndio de 2022. Foto: Parque do Limoeiro

O predomínio do tempo seco no outono pode trazer alguns prejuízos para reservas ambientais. Os incêndios são causados, na maioria das vezes, pela ação humana e são espalhados mais facilmente devido à baixa umidade do ar.

De acordo com Alex Oliveira, responsável pelo Parque do Limoeiro, no distrito de Ipoema, os incêndios começam, na maioria das vezes, de forma intencional. Isso pode acontecer de forma direta, ou seja, colocado por um piromaníaco, ou indireta, como jogar pontas de cigarro nas margens das estradas.

Com o tempo seco, o risco de aumento dos focos de incêndio aumentam. Alex explica que o ambiente florestal é mais propício, pois a vegetação seca e a baixa umidade do ar facilitam a propagação das chamas: “A relação da umidade relativa do ar com as ocorrências é bem parecida, pois quanto maior a umidade do ar, menor a presença de focos de incêndio, visto que o ar mais seco proporciona, sobretudo no material combustível morto uma maior propensão à ocorrência e alastramento do fogo”.

Prevenção

A organização do Parque do Limoeiro já planeja algumas ações para prevenir a reserva ambiental dos incêndios. A primeira delas é a construção de aceiros. Essas faixas de terra impedem que o fogo se alastre por vegetações como a braquiária.
A segunda é a realização do Manejo Integrado do Fogo (MIF). Nessa técnica, uma queimada controlada é feita utilizando mais umidade. A intenção é diminuir a vegetação seca que costuma pegar fogo mais facilmente.
Uma última medida é a recuperação ambiental da área que foi queimada em 2022. Segundo Alex Oliveira, o parque tem feito um plantio de espécies nativas, além de enfraquecer as espécies exóticas que propiciam a propagação de incêndios.

Novos brigadistas

A contratação de brigadistas para o Parque do Limoeiro já acontece há anos pelo Instituto Estadual de Florestas (IEF). Neste ano, o parque estabeleceu uma parceria com o Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) para reforçar a equipe.

O CBMMG ficará responsável por treinar e coordenar as ações de prevenção e combate a incêndios florestais caso haja essa necessidade. O edital da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) abriu sete vagas para o Parque do Limoeiro.

Incêndio de 2022

A atuação na Mata do Limoeiro recebe importância após o grande incêndio que ocorreu no parque em 2022. Na ocasião, um filhote de lobo guará chegou a ser resgatado com as patas queimadas. Além do trabalho de apagar o fogo e evitar que ele retorne, o Corpo de Bombeiros também foi responsável por garantir a alimentação de animais que sobreviveram ao incêndio.  

“Na época do incêndio em 2022, concentramos todas as nossas forças no combate. Também enviamos as informações de local do início e horário dos focos, via Relatório de Ocorrência de Incêndio, à Polícia Civil para investigação e ainda não tivemos retorno quanto a identificação de um culpado”, relembrou Alex.

Além de novos brigadistas, o tenente Jocélio de Souza, comandante do 26º pelotão de Itabira, informou que também há treinamento para atuação voluntária em grandes ocorrências como a de 2022. “Em grande operação, é necessário o empenho de várias pessoas em várias frentes, então a gente aciona as unidades que podem nos apoiar e são enviadas mais militares”, explica.