Alunos de Medicina de MG e outros estados fazem atendimento à população das margens do rio Tapajós

7ª edição da Missão Amazônia promove atendimento médico – como consultas ginecológicas e pediátricas para ribeirinhos do rio Tapajós

Alunos de Medicina de MG e outros estados fazem atendimento à população das margens do rio Tapajós
Foto: Divulgação

Com o objetivo de levar qualidade de vida para moradores de regiões isoladas e proporcionar experiência humanitária para futuros médicos, alunos de várias faculdades do Brasil embarcaram na Missão Amazônia, que entrou em sua 7ª edição no último dia 28 de maio. Em uma jornada de 10 dias, a expedição também dará continuidade a um processo de territorialização das comunidades ribeirinhas, onde serão mapeadas e analisadas, dentro da política do SUS, a situação de saúde e condições de vida da população local. O objetivo é identificar riscos, vulnerabilidades e potencialidades para que, futuramente, seja possível intervir de forma mais assertiva nos problemas de saúde e necessidades da região. O projeto é idealizado pela Inspirali, ecossistema de educação médica do país.

A 7ª edição da Missão Amazônia conta com a participação de 30 alunos e 7 professores das escolas UniBH, Unisul – Pedra Branca (SC), Universidade Potiguar – UNP (RN), Universidade Anhembi Morumbi – Mooca (SP), Universidade São Judas Tadeu (SP) e UNIFACS (BA). Os participantes embarcaram no Navio Hospital Escola Abaré, administrado pela UFOPA (Universidade Federal do Oeste do Pará), onde realizam consultas ginecológicas, pediátricas, cirurgias ambulatoriais e atendimentos de saúde da família em geral, incluindo diversas especialidades, para a comunidade local.

Um desses alunos é Adriano Ayres, estudante do 7º período de Medicina no UniBH, em Minas Gerais, que encontrou na missão uma oportunidade de vivenciar seus objetivos futuros enquanto médico: “Desde que optei pela medicina, decidi que dedicaria parte do meu tempo e do meu trabalho a missões humanitárias e pessoas que não têm condições de pagar pelo trabalho de um serviço médico. Já atuei em outros trabalhos voluntários de menor proporção e já estava no meu escopo experiências mais complexas, como atuar em guerras, em regiões de conflitos”, conta.

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Sobre a jornada na Amazônia, ele destaca acerca dos primeiros desafios e a importância desse projeto: “O maior desafio até agora foi o percurso até o Abaré, que é o navio, porque viajamos por muitas horas num barco menor e não tinha onde dormir. Mas eu penso que, como um médico em formação brasileira, realizar uma ação humanitária de tamanha proporção em um local em que é o berço do onde tudo começou para nós, é algo de grande valia. Acredito que posso contribuir um pouquinho com o dia-a-dia deles, por meio do meu conhecimento, mas tenho certeza que eu vou ganhar muito mais em aprendizado, então isso foi um dos meus grandes interesses”, enfatizou.

O grupo também realiza atendimentos por teleconsulta em parceria com as CIS (Clínicas Integradas de Saúde) e a utilização do Prontlife (Prontuário Eletrônico do Paciente), que atua na captação, armazenamento e gestão de dados para interoperabilidade de informações com o e-SUS.

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Navio Hospital Escola Abaré

O navio-hospital Abaré, que leva a expedição, é administrado pela UFOPA e possui estrutura para atendimento clínico e odontológico. São quatro consultórios, sala para pequenas cirurgias e estrutura de laboratório para análises clínicas e radiografias, além de acomodações para os integrantes da Missão.