Tensão na Venezuela: Maduro comemora vitória e a oposição denuncia fraude

Maria Corina- líder oposicionista- garante que o candidato Edmundo González teve 70% dos votos e venceu a eleição

A coalizão de oposição da Venezuela contesta a decisão do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) do país que declarou a vitória de Nicolás Maduro nas eleições presidenciais ocorridas neste domingo (28).

Em um breve discurso, Edmundo González disse: “Nossa luta continua, e não descansaremos até que a vontade popular seja respeitada“.

Mais contundente, antes do pronunciamento de González, a líder de oposição, Maria Corina Machado, impedida pelo tribunal eleitoral da Venezuela de participar da eleição disse: “Queremos dizer ao mundo que a Venezuela tem um novo presidente eleito e é Edmundo González Urrutia. Espero que todos se mantenham firmes, orgulhosos do que fizemos, porque nos próximos dias vamos anunciar ações para defender a verdade”.

Corina sustenta que a oposição ganhou em todos os Estados e o resultado esperado seria de 70% favorável a González, contra 30% de Maduro, o que seria a eleição com maior margem de vitória do país.

Segundo ela, ao menos três pesquisas de boca de urna independentes e autônomas previam a vitória da oposição.

“Neste momento, temos mais de 40% das atas. Vou dizer algo a vocês: 100% das atas que transmitiu o CNE, nós as temos. Não sei de onde saíram as outras. Todas as que transmitiram, a gente as tem. E toda essa informação coincide. Sabe no quê? Em que Edmundo González Urrutia obteve 70% dos votos desta eleição, e Nicolás Maduro 30% dos votos”.

Segundo o CNE, maduro obteve 51,2% dos votos com 80% das urnas apuradas, com o anúncio ocorrendo horas depois de indefinição e em meio a questionamentos da oposição sobre irregularidades na apuração dos votos, pedindo a apoiadores a fazerem uma vigília nos locais de votação e possibilitarem uma contagem paralela.

Maduro não se manifestou antes do resultado, mas aliados tinham como certa a sua vitória.

Apesar da tensão que as eleições venezuelanas provocaram, o pleito transcorreu sem grandes atos de violência, e foi considerado o mais desafiador para o chavismo em 25 anos, com longas filas nos pontos de votação.

Maduro votou pela manhã e disse que reconheceria os resultados oficiais.

González votou no período da tarde e manifestou confiança de que as Forças Aramadas respeitariam o resultado das urnas.

Depois de anunciado o resultado, vários chefes de Estado se manifestaram sobre a reeleição de Maduro. O secretário de Estado dos Estados Unidos, Anthony Blinken afirmou que seu país tem “sérias preocupações de que os resultados não refletem a vontade ou os votos do povo venezuelano”.

O presidente do Chile, Gabriel Boric, disse que os resultados que o regime chavista divulga são difíceis de crer. “Não reconheceremos nenhum resultado que não seja verificável”.
A Venezuela tem uma população de 26,4 milhões de habitantes, com 21 milhões de eleitores registrados e IDH de 0,699-médio.

Em 10 anos, o Produto Interno Bruto (PIB) da Venezuela teve uma queda de 80%, levando a que cerca de 8 milhões de pessoas deixassem o país, fugindo da miséria e da repressão do regime chavista.

Nesta madrugada de segunda-feira, Maduro fez um discurso defendendo o sistema eleitoral do seu país, e afirmou que houve ataques massivos de hackers ao sistema, insinuando saber de onde vieram os ataques, sem detalhar e prometeu que haverá paz estabilidade e justiça no país.

“O fascismo na Venezuela, na terra de Bolívar e Chavez, não passará!”