Aumenta a violência na Venezuela: o número de mortos chega a 12 nos protestos contra a eleição de Maduro
A comunidade internacional cobra de Maduro uma recontagem transparente dos votos
Chega a 12 o número de civis mortos nos protestos contra a reeleição de Nicolás Maduro na Venezuela, no último domingo (28).
As informações são da Organização de Defesa dos Direitos Humanos, nesta quarta-feira (31).
“Há 12 pessoas mortas nestes protestos. Cinco delas foram assassinadas em Caracas. Preocupa-nos o uso de armas de fogo nessas manifestações”, diz Alfredo Romero, diretor da ONG Foro Penal Venezuelano, detalhando que duas das vítimas são menores.
Aos gritos de “liberdade, liberdade!” milhares de opositores se concentraram em Caracas e outras cidades do país reivindicando a vitória de Edmundo González Urrutia, candidato opositor a Maduro. González instou os militares e o governo de Maduro a não reprimir o povo em suas manifestações.
“Senhores das Forças Armadas, não há razão alguma para reprimir o povo da Venezuela, não há razão alguma para tanta perseguição”.
Carley Patiño, 47 anos, administradora disse à Agência France Press (AFP) que “é necessário permanecer nas ruas, não podemos permitir que nos roubem os votos tão descaradamente. Isso precisa mudar!”.
Sob liderança de María Corina Machado, a oposição afirma ter provas que comprovem a vitória de González. A comunidade internacional cobra do governo Maduro uma recontagem transparente dos votos.
O Ministério da Defesa relatou que 23 militares se feriram nas manifestações. A Casa Branca considerou “inaceitável” a repressão aos manifestantes, que também deixou dezenas de feridos. O Alto Comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, pediu respeito às manifestações pacíficas dos opositores.
Apoiadores de Maduro preparam manifestação de apoio ao presidente e pretendem seguir até o Palácio MiraFlores, sede oficial do governo.
Freddy Superlano, líder da oposição, foi preso nesta terça-feira, no que a oposição classificou como “uma escalada repressiva”.
Tarek William Saab, procurador-geral do país, disse que “na Venezuela não está havendo protestos, mas focos de pessoas criminosas, armadas, para agredir, para criar o caos”.
O presidente Maduro recebeu “apoio incondicional e absoluta lealdade” das Forças Armadas, segundo o ministro da Defesa, general Vladimir Padrino, que respaldou a tese de um golpe contra o presidente.
“Vamos agir com contundência, em perfeita união-cívico-militar-policial, para preservar a ordem interna em todo território nacional”, disse em mensagem transmitida pela TV.
A Organização dos Estados Americanos (OEA) denunciou na terça-feira (30), por meio do secretário-geral, Luís Almagro, que “as eleições presidenciais deste domingo sofreram a mais aberrante manipulação”.