Lula devolverá relógio de luxo após decisão do TCU
O presidente alega que foi usado para beneficiar Bolsonaro
Na reunião ministerial desta quinta-feira (8), o presidente Lula (PT) anunciou a seus ministros que vai devolver o relógio de ouro da marca Cartier, que ganhou em 2005, em seu primeiro mandato, à União.
A decisão do presidente ocorre depois de o Tribunal de Contas da União (TCU) ter decidido na quarta-feira (7), que ele pode permanecer com o relógio, que tem preço estimado em cerca de R$60 mil.
A irritação de Lula com a Corte se deve ao fato de a decisão favorecer o ex-presidente Jair Bolsonaro em sua defesa, na questão das joias sauditas que recebeu de presente e foi indiciado pela Polícia Federal (PF).
Ainda na reunião com seus ministros, Lula disse que ligou para o presidente do Tribunal de Contas ainda na quarta-feira reclamando da decisão e afirmando que iria devolver ainda naquele dia o relógio à Corte, mas que a AGU (Advocacia-Geral da União) iria recorrer ao próprio tribunal da decisão.
A AGU argumenta que os casos de Lula e Bolsonaro são distintos, porque em 2005, quando Lula foi presentado, não existia regra do TCU que obrigava a restituição pelos presidentes dos presentes de elevado valor.
A Corte só definiu a regra em 2016. Bolsonaro recebeu as joias em 2019, quando assumiu como presidente, por isso, teria que devolver os presentes.
Lula disse a auxiliares, logo após o julgamento do mérito do tema, na quarta-feira, ter se sentido usado pelo TCU para inocentar Bolsonaro.
O TCU decidiu que, até o Congresso editar uma lei específica sobre presentes recebidos por ex-presidentes, qualquer ex-mandatário poderá ficar com os objetos, indiferente do valor.