André Viana: “o novo CEO da Vale pode aprimorar a comunicação e o relacionamento da empresa com a sociedade”

O sindicalista compreende que a escolha de CEOs em grandes empresas, como a Vale, gera especulações e preocupações

André Viana: “o novo CEO da Vale pode aprimorar a comunicação e o relacionamento da empresa com a sociedade”
Foto: Aguinaldo Ferreira/FCCDA
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A Vale anunciou nesta semana a escolha de Gustavo Pimenta, pelo Conselho Administrativo, para o cargo de presidente. Ele assumirá a função de CEO da multinacional em janeiro de 2025. A mudança na alta cúpula da mineradora repercutiu no mercado econômico. A DeFato entrevistou André Viana que é membro do Conselho Administrativo da Vale e presidente do Sindicato Metabase de Itabira. O sindicalista analisou as consequências dessa alteração na direção da empresa.

André Viana avalia que a escolha de CEOs, em grandes empresas como a Vale e a Petrobras, naturalmente gera especulações e preocupações. “Esses setores, que representam commodities de grande importância nacional e internacional, têm um impacto significativo na economia.O processo de seleção na Vale, em particular, sempre foi marcado por especulações, devido à sua influência na economia, exportações e na vida das pessoas. Embora o processo atual tenha sido turbulento, aconteceu com certa tranquilidade, em comparação com períodos anteriores de pós-privatização, que também enfrentaram variações de turbulência”, compara o presidente do Metabase.

Viana avalia a possibilidade de convidar o futuro CEO para uma visita a Itabira, cidade conhecida como o “útero da Vale”. “Com mais de 82 anos de exploração mineral, Itabira desempenha um papel crucial na história e nas operações da empresa. Gustavo Pimenta, formado em Economia pela UFMG, é reconhecido por sua capacidade de escuta e percepção rápida, qualidades que facilitam a implementação de soluções práticas. Sua visão de mercado promete melhorar a comunicação e promover uma gestão eficiente”, reconhece o sindicalista.

Foto: Arquivo pessoal

O líder dos trabalhadores acredita que a entrada do novo gestor pode aprimorar a comunicação e o relacionamento da empresa com a sociedade. “Acompanhando a repercussão da notícia o mercado reagiu positivamente, refletindo na alta das ações. Pode-se destacar também a importância de um presidente que mantenha diálogo com o mercado, essencial para a proximidade com investidores externos. A boa análise crítica na Bolsa de Valores, considerando o preço do minério, tanto no Brasil quanto no exterior, é fundamental”, salienta.

O sindicato Metabase divulgou que a extração mineral, no município, continuará até 2041. “Essa informação é menor para a cidade, mas é vantagem com tempo maior para as pessoas. A utilização de tecnologia pela Vale tem permitido oBriquete que é uma nova composição mineral que vai trazer benefícios na descarbonização na siderurgia. A empresa já possui uma usina em Vitória e outra de esterilização em Porto Barão, com planos de construir mais unidades. Por que não construir uma usina dessa em Itabira para promover outras parcerias?”, Indaga o sindicalista.

André revela as expectativas dos trabalhadores em relação ao novo CEO. “Logicamente que Gustavo Pimenta não entra só pelos trabalhadores, mas chega no Conselho por meio dos investidores, acionistas, com uma série de diálogo. A relação com os trabalhadores pode ser melhorada no que tange à valorização dos empregados. É isso que se busca em uma empresa que valorize, de fato, quem faz acontecer, quem trabalha na empresa, quem tem um plano de carreira e sucessão transparente, respeitoso”, salienta.

André Viana ainda faz questão de destacara que “ a Vale tem que buscar abraçar as comunidades, assumindo a responsabilidade de retirar pessoas da marginalidade e do desemprego. Além disso, oferecer oportunidades para grupos minoritários, promovendo diversidade e inclusão sustentáveis. Esse trabalho será realizado em conjunto com a equipe de Recursos Humanos. Os empregados se sentirão a valorizados quando a direção da empresa equilibrar as áreas corporativa e operacional. Se o setor corporativo sufocar o operacional, isso afetará diretamente a produção e o trabalho dos funcionários, impactando o beneficiamento, a operação e manutenção. O desafio para Gustavo Pimenta é manter o que já foi conquistado e inovar em novos avanços para a valorização dos empregados”, espera o dirigente sindical.