É fria! Carteiras falsas e sem exames atraem maus motoristas
As multas por dirigir com carteira de habilitação falsa variam de R$1.000 a R$5.000
Não é difícil encontrar nas redes sociais anúncios que prometem facilidades na retirada da CNH (Carteira Nacional de Habilitação) para todas as categorias, sem aulas e sem passar por exames.
É uma prática ilegal, mas, infelizmente, é um crime comum e ainda rotulado pelos estelionatários como documento original e autêntico, com consulta no sistema CNH Digital, versão eletrônica da Carteira Nacional de Habilitação.
Dados do Ministério da Infraestrutura, responsável pelo Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) ressaltam que 75 milhões de pessoas estão habilitadas a dirigir no Brasil e somente 14 milhões usam a versão mobile, que funciona por meio do aplicativo Carteira Digital de Trânsito, desenvolvido pela Serpro (Serviço Federal de Processamento de Dados).
Segundo a Polícia Civil, as multas por dirigir com carteira falsificada variam entre R$ 1.000 e R$ 5.000.
Os contatos feitos pelas redes sociais é por onde os fraudadores conseguem dos interessados dados e fotos, finalizando a trama.
A polícia afirma que já encontrou links inclusive patrocinados nas redes sociais.
Segundo o Código de Trânsito Brasileiro (CTB), o crime de falsificar ou adulterar um documento de habilitação ou identificação do veículo acarreta grave infração, com penalidade de multa, apreensão e remoção do veículo.
Daniel Targino, especialista em Tecnologia e Inovação na Área de Trânsito e pesquisador da Universidade Federal da Paraíba afirma que as vítimas são atraídas pela facilidade, pela aquisição de uma CNH de forma rápida e sem burocracia, embora com custos elevados aos compradores, bem acima do processo de formação do motorista.
“Quem adquire a carteira falsa normalmente não possui as condições previstas em lei para obtenção do documento, como por exemplo, ser alfabetizado”.
Segundo pesquisas, muitas dessas fraudes acontecem com o auxílio de algum servidor do Detran ou CFC (Centro de Formação de Condutores), e das autoescolas, como em São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná, o que facilita o processo.
Para evitar fraudes, existem algumas medidas de segurança, uma portaria da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), órgão que regulamenta a implantação de um sistema eletrônico de transmissão, anotação e registro das aulas práticas, tornando mais difícil a fraude.
O sistema eletrônico em tela certifica as aulas e garante aos alunos e ao monitor das autoescolas seja acompanhada via biometria, registrando todas as etapas do processo de formação.
Outras medidas foram implementadas pelo órgão para garantir segurança ao sistema, evitando falsificações, como fotografia e assinatura digital, elementos gráficos com efeitos de fluorescência e reação à luz ultravioleta (UV), imagens secretas e hologramas.
* Fonte: UOL