Ao menos 12 grandes rios brasileiros estão secando, indica estudo
O Brasil vive a maior seca de sua história recente com abrangência territorial inédita
Dados do Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (CEMADEN) indicam a pior seca no Brasil em sua história recente, numa abrangência territorial inédita, mais de um terço do território nacional, uma área de mais de 3 milhões de Km2, equivalente ao tamanho da Índia, refletindo nas bacias hidrográficas.
Estudos do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (LAPIS) da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), indicam a seca dos maiores rios do país, como destacam O Globo e Terra.
O estudo detectou redução na vazão dos rios, lagos e reservatórios das regiões Centro Oeste, Sudeste e da Amazônia e constatou, também, que 12 rios já estão afetados e, os mais afetados são os rios Manso, Paranaíba e Jequitinhonha, em Minas Gerais; Tocantins, entre os estados do Tocantins e Maranhão; e Paraná, no trecho entre São Paulo e Mato Grosso do Sul.
Na Amazônia, as reduções mais relevantes estão nos rios Mamiá, em Coari, Tefé e Badajós, que cortam o estado do Amazonas.
O rio Tefé tem 350 km de extensão, formando o lago de Tefé, antes de desembocar no Solimões. O Badajós é afluente da margem esquerda do Solimões.
O estudo ainda indica que nove hidrelétricas podem ficar afetadas com essa situação do pouco volume de água, como é o caso da hidrelétrica Irapé, no rio Jequitinhonha; a hidrelétrica São Simão, no Paranaíba, a hidrelétrica Primavera, no rio Paraná e a de Estreito, no rio Tocantins.
A baixa vazão dos rios brasileiros também afeta países vizinhos, como é o caso do lago natural Baía Grande, na bacia Amazônica e dividido entre o Brasil e Bolívia, onde recebe o nome de Laguna Marfil e que tem uma superfície de 100 km2, dos quais 52% pertencem ao país vizinho.