Comissão de Meio Ambiente vistoria nascentes e adutora em Congonhas
Atividade minerária gera preocupações no bairro Pires, em Congonhas, com impactos na água e na segurança da população
A Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) planejou uma visita técnica no Bairro Pires, em Congonhas, nesta segunda-feira (23). O objetivo é verificar as condições de preservação das nascentes e da adutora local em função da atividade minerária.
A visita foi solicitada pela deputada Beatriz Cerqueira (PT), que aponta a ocorrência de acidentes frequentes e assoreamento nos cursos d’água da região. Participarão do evento o presidente da Câmara Municipal de Congonhas, vereador Igor Jonas Souza Costa, o diretor-geral do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Marcelo da Fonseca, e o promotor do Ministério Público de Minas Gerais, Vinícius Alcântara Galvão.
A visita atende a pedidos de moradores do Bairro Pires, que buscam identificar os danos provocados pelas atividades das mineradoras Vale, Ferro Mais e Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). A área abriga cerca de 2 mil pessoas, que têm enfrentado problemas de abastecimento de água em decorrência das operações minerárias.
Beatriz Cerqueira destaca que a população local tem vivenciado escassez e contaminação da água desde 2009. A Copasa é responsável pela distribuição de água, mas não realiza tratamento. Antes da instalação das mineradoras, a água consumida era captada diretamente das nascentes.
Segundo a deputada, já foram feitos requerimentos à CSN e à Ferro Mais, pedindo medidas para resolver os problemas relacionados à adutora que resultaram em desabastecimento na comunidade. Além disso, foram solicitados estudos periódicos sobre a qualidade da água abastecida na região.
A situação foi discutida em audiência pública realizada no dia 12 de setembro, na qual foi abordada a ausência de diálogo com a população em relação ao Decreto 496, que permite a desapropriação de terrenos para a expansão da mina Casa da Pedra, localizada em área urbana. A norma pode afetar cerca de 20 mil pessoas em caso de incidentes.
A CSN anunciou planos para aumentar sua exploração de minério na região, o que tem gerado preocupações entre os moradores locais.