Exército de Israel prepara tropas para possível invasão por terra do Líbano
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O chefe do Estado-Maior do exército de Israel, tenente-general Herzi Halevi disse nesta quarta-feira (25), que as Forças Armadas estão se preparando para uma possível invasão por terra ao território libanez.
Em conversa com seus comandados na fronteira norte, o general falou: “Isso é tanto para preparar o terreno para sua possível entrada quanto para continuar degradando o Hezbollah”.
É a segunda vez nesta semana que um general insinua uma possível operação por terra no Líbano, a exemplo do general Ori Gordin, um dos principais comandantes da tropa na fronteira norte, que salientou que “os militares devem estar totalmente preparados para manobras”.
O alerta do general encaixa com as informações das Forças de Defesa de Israel (FDI) de que estão convocando duas brigadas da reserva para o conflito com o Hezbollah.
Halevi, em conversa com às tropas, destacou que para fazer com que 60 mil israelenses retornem para suas casas no norte, estariam preparando o processo de uma manobra.
“Isso significa que suas botas militares, suas botas de manobra, entrarão em território inimigo, entrarão em vilas em que o Hezbollah preparou como grandes postos militares, com infraestrutura subterrânea, pontos de parada e plataforma de lançamento em nosso território e realizarão ataques a civis israelenses. Sua entrada nessas áreas com força, seu encontro com agentes do Hezbollah, mostrará a eles o que significa enfrentar uma força profissional, altamente qualificada e experiente em batalha”.
E conclui: “Vocês estão chegando muito mais fortes e experientes do que eles. Vocês entrarão, destruirão o inimigo lá e destruirão decisivamente sua infraestrutura. Essas são as coisas que nos permitirão retornar com segurança os moradores do norte depois”.
Nesta quarta-feira (25), Israel fez intensivos ataques aéreos no Libano, matando ao menos 51 pessoas e ferindo outras 223, segundo informações do ministro da Saúde libanês, Firass Abyad, a repórteres.
Os ataques ocorreram emAl-Muaisira, Jounieh, Baalbek-Hermel e áreas do sul.
Ainda segundo Abyad, “grandes ondas de pessoas foram deslocadas pelo Libano, incluindo pacientes de hospitais que estavam passando por diálise no sul e no vale do Bekaa. O governo fornecerá medicamentos e “fórmula infantil” para aqueles que precisem”.
Líderes mundiais temem que o conflito que ocorre paralelamente à guerra em Gaza, possa se intensificar rapidamente à medida que o número de mortos no Libano aumenta.
O Papa Francisco chamou os ataques de Israel de uma “terrível escalada” do conflito no Oriente Médio.
Também demonstraram preocupação com a guerra o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer e o secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, que disseram que a escalada dos conflitos entre Israel e o Hezbollah estava levando a região ao limite.
Ao menos meio milhão de pessoas se deslocaram no Libano, segundo o Ministro das Relações Exteriores, Abdallah Bou Habib. Na capital, Beirute, milhares de pessoas que fugiram do sul do país estavam se abrigando em escolas e outros prédios.