Lula foi derrotado nas principais cidades neste primeiro turno
O Centrão e a direita foram os grandes vitoriosos do primeiro turno
O primeiro turno das eleições municipais pôs a realidade dos fatos à mesa, de forma inconteste: a esquerda saiu derrotada, o Centrão, a direita e os conservadorismos se fortaleceram.
Apesar do quadro inegável, o presidente Lula afirma que o governo não fracassou nas urnas, e empurra a culpa ao Partido dos Trabalhadores (PT), que segundo ele, não soube aproveitar o crescimento econômico e a retomada dos programas sociais de sua gestão, para angariar um maior número de prefeituras.
O PT, até o momento, conseguiu eleger seus candidatos em 248 municípios e se encontra na nona colocação entre as legendas que mais conquistaram prefeituras. No segundo turno vai disputar 13 cidades, incluindo quatro capitais.
Em entrevista a uma emissora de rádio de Fortaleza (CE), na sexta-feira (11), Lula afirmou: “Temos que rediscutir o papel do PT. Hoje, 80% dos prefeitos foram eleitos em cinco estados, todos do Nordeste”.
O sentimento do presidente é de que o PT perdeu o protagonismo nacional e, para piorar, vai comandar municípios de pequeno porte. As duas grandes vitórias foram registradas em Minas Gerais, em Juiz de Fora e Contagem.
No dia seguinte às eleições, numa reunião no Palácio do Planalto, Lula listou derrotas que o incomodaram.
Em Araraquara (SP), onde o prefeito petista Edinho Silva cotado para substituir Gleise Hoffmann na presidência do partido, não conseguiu eleger sua sucessora, acabando superada por candidato apoiado por um nome da família Bolsonaro.
Edinho afirmava ter ao menos 70% de aprovação, mas as urnas não confirmaram sua expectativa.
Também a situação de São Paulo incomodou o presidente, com Emídio de Souza, ex-chefe do PT em São Paulo e amigo de Lula fracassando.
Diante dos seus ministros e líderes governistas, Lula reclamou da derrota em Goiânia, onde a candidata Adriana Accorsi sequer chegou ao segundo turno.
Adriana é filha do ex-prefeito da capital goiana Darci Accorsi, que morreu em 2014, companheiro de longa data do presidente.
Ainda nesta entrevista na emissora de Fortaleza, Lula ressaltou o fracasso do partido em Teresina, onde o partido nunca havia comandado a cidade e esperava fazer cair esse tabu agora em 2024.